Após ataque à caravana, pré-candidatos de esquerda se unem a Lula no PR

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

  • Marlene Bergamo/Folhapress

Os pré-candidatos à Presidência da República do PCdoB e do PSOL reforçarão nesta quarta (28) o ato que encerrará a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato pelo PT, em Curitiba. O evento deve ocorrer às 17h, no centro da capital paranaense. A participação não estava prevista na agenda dos presidenciáveis: Manuela D'Ávila e Guilherme Boulos decidiram participar do evento depois que ônibus da caravana do petista sofreu ataque a tiros.

Boulos disse em vídeo publicado nas suas redes sociais que o ataque é grave e que requer "unidade democrática contra o fascismo". "O que está em jogo nesse momento não é a concordância com posições. O que está em jogo nesse momento é a necessidade de uma unidade democrática contra o fascismo, contra quem faz política com ódio, intolerância, quem agride como forma de atuar e de expressar suas opiniões. Isso é inadmissível", afirmou.

Manuela D'Ávila convocou seus apoiadores a participar do ato de hoje como "resistência ao fascismo e ao ódio". "Nossa unidade é contra o fascismo, contra a destruição do Brasil e da democracia", disse a pré-candidata em sua conta no Twitter.

Além do PCdoB e PSOL, também participarão do ato lideranças do PSB, PDT, da Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, CUT, MST, e outros movimentos sociais.

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, criticou o ataque à caravana de Lula e lembrou o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). "O ataque criminoso à caravana do ex-presidente Lula é absurdo e deve ser investigado com rigor. E repito a pergunta: quem matou Marielle?", postou em sua conta no Twitter. Ciro participa de um evento na Universidade de Sorbonne, em Paris. O pedetista cumpre agenda em universidades europeias desde o dia 24 de março.

Pré-candidatos dos partidos de esquerda também criticaram as primeiras declarações dadas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato tucano à Presidência, logo após o ataque à caravana de Lula. Alckmin disse na noite da terça-feira, antes de assistir à pré-estreia do filme "Nada a Perder", cinebiografia do bispo Edir Macedo, que "eles estão colhendo o que plantaram" e que o PT age para "dividir o Brasil, nós contra eles". "Acabaram sendo vítimas" dessa polarização, segundo ele. 

Boulos disse que as declarações de Alckmin eram "praticamente um aplauso ao fascismo". Já Manuela afirmou que o tucano estava justificando o "faroeste". "Quando eu digo que não existe candidato de centro nessa eleição. Taí: o "centro" ultradireita justificando faroeste", disse a deputada estadual do Rio Grande do Sul.

Na manhã de hoje, Alckmin mudou o tom ao publicar em suas redes sociais que "toda forma de violência tem que ser condenada". "É papel das autoridades apurar e punir os tiros contra a caravana do PT", mas acrescentou uma crítica aos adversários políticos: "E é papel de homens públicos pregar a paz e a união entre os brasileiros. O país está cansado de divisão e da convocação ao conflito."

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