Barros confirma saída do Ministério da Saúde para concorrer às eleições

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • Alan Marques 26.dez.2016/ Folhapress

    Ricardo Barros deixa o Ministério da Saúde

    Ricardo Barros deixa o Ministério da Saúde

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, confirmou pedido de exoneração do cargo ao presidente Michel Temer (MDB) nesta terça-feira (27) para poder concorrer ao cargo de deputado federal nas eleições de outubro deste ano.

"Eu gostaria, senhor presidente, de agradecer a oportunidade mais uma vez dessa solenidade. Vou fazer aqui uma apresentação do trabalho, uma vez que estou também hoje me despedindo da função de ministro da Saúde. Farei uma apresentação sobre nosso trabalho no Ministério da Saúde", declarou Barros.

A fala aconteceu durante evento no Palácio do Planalto para a entrega de condecorações da Ordem do Mérito Médico. A cerimônia é tradicionalmente realizada perto de 18 de outubro, quando se comemora o Dia do Médico, mas foi antecipada.

Na apresentação, Barros falou sobre iniciativas durante seu tempo à frente da pasta, como a revisão de contratos em busca de preços mais baixos, maior agilidade de gestão e transparência. "É possível fazer mais com o mesmo [orçamento]", disse, ao acrescentar que sai do ministério com a "sensação de dever cumprido".

Barros é o primeiro ministro a sair do cargo para participar do pleito de outubro. Para o lugar de Barros, filiado ao PP, o mais cotado é o atual presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi. O substituto, porém, ainda não foi oficialmente anunciado.

Nesta quarta, segundo Barros, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), se reunirá novamente com Temer para tratar do assunto. Ele disse que o problema não é achar um substituto para ele na Saúde, mas na Caixa.

Ao final da cerimônia, Barros afirmou ter entregue carta a Temer agradecendo pela oportunidade de ter sido ministro em seu governo, embora não saiba quando sua exoneração será publicada no Diário Oficial da União. "Já limpei as gavetas. Estou pronto para a Câmara dos Deputados e para missão na Comissão do Orçamento", declarou.

Os titulares das pastas têm até 7 de abril para fazê-lo, prazo estipulado pela lei eleitoral. Pelo menos outros nove ministros deverão se desincompatibilizar. São eles: Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Helder Barbalho (Integração Nacional), Henrique Meirelles (Fazenda), Leonardo Picciani (Esporte), Marx Beltrão (Turismo), Maurício Quintella (Transportes), Mendonça Filho (Educação), Osmar Terra (Desenvolvimento Social) e Sarney Filho (Meio Ambiente).

A previsão é que, junto a Barros, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, saia da pasta até quinta (29). Para se despedir, parte dos ministros terá eventos com Temer nos quais eles deverão fazer um balanço de suas atuações à frente dos ministérios.

Na quinta, Michel Temer viajará com Quintella para inaugurar o novo aeroporto de Vitória, no Espírito Santo. O ministro da Educação, Mendonça Filho, deverá se desligar somente na próxima semana, mas já promoverá um evento nesta quarta (28) no Planalto para anúncio de recursos para o programa Mais Alfabetização.

Barros foi escolhido para a pasta por Michel Temer no início do governo do emedebista quando este ainda era interino, em maio de 2016.

Em fevereiro de 2017, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que Barros foi indicado pelo PP e aceito pelo governo pela grande bancada do partido no Congresso e capacidade de ajudar a aprovar matérias de interesse do Planalto no parlamento.

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