Temer diz não ser "improvável" se candidatar à Presidência: "tempo dirá"

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • Antônio Cruz/Agência Brasil

    Os presidentes Michel Temer e Juan Manuel Santos, da Colômbia, se cumprimentam, no Palácio do Planalto

    Os presidentes Michel Temer e Juan Manuel Santos, da Colômbia, se cumprimentam, no Palácio do Planalto

O presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta terça-feira (20) não ser "improvável" que se candidate à reeleição nas eleições de outubro deste ano. Ele foi questionado por jornalistas se participará do pleito após almoço no Palácio Itamaraty, em Brasília, com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.

"Ainda não decidi. Não é improvável. Mas não decidi ainda", declarou. Perguntado sobre quando haverá uma definição, respondeu: "ah, o tempo dirá".

Segundo o presidente, sua participação nas eleições será ainda "objeto de conversações", inclusive com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que quer se candidatar à Presidência e estuda se filiar ao MDB.

Meirelles é filiado ao PSD, mas não encontra no partido espaço para a candidatura própria. Assim, procura outras siglas. No entanto, por causa da janela partidária e do prazo para descompatibilização do cargo de ministro, precisa definir seu futuro até 7 de abril. Temer, por sua vez, só precisa tomar a decisão até 15 de agosto, limite para o registro de candidaturas.

Apesar de cogitar ser candidato, Temer enfrenta baixos níveis de popularidade. Segundo pesquisa encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) ao Instituto MDA divulgada em 6 de março, a avaliação do governo de Temer como ótimo/bom é de 4,3% da população brasileira. Já 20,3% consideram a gestão do emedebista regular e 73,3% a avaliam como ruim/péssima.

A mudança de rumo em priorizar a pauta de segurança pública e abandonar medidas mais impopulares, como a reforma da Previdência, é enxergada pela oposição como uma ação marqueteira da equipe de Temer. Ele nega qualquer intenção eleitoral com a medida.

Além da baixa popularidade, outro possível obstáculo à sua candidatura é o fato de ter sido condenado em 2016 por ter feito doações ilegais na campanha de 2014.

A irregularidade é uma das previstas na Lei da Ficha Limpa para que um candidato se torne inelegível a qualquer cargo, pelo prazo de oito anos após a sentença. Apesar disso, o entendimento atual do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre a aplicação da lei indica que o presidente não seria impedido de disputar as eleições.

Segundo juristas ouvidos pela reportagem do UOL, a interpretação da Corte é de que o registro da candidatura deve ser concedido em casos como o de Temer, apesar de o critério ser "subjetivo". Para o advogado de Temer na Justiça Eleitoral, Gustavo Bonini Guedes, o presidente é "absolutamente" elegível.

Temer foi condenado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo a pagar R$ 80.037,75 por ter doado R$ 100 mil a dois candidatos do MDB do Rio Grande do Sul. Os deputados Alceu Moreira e Darcísio Perondi foram eleitos para o atual mandato da Câmara dos Deputados.

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