Violência no Rio

Governo federal nega que intervenção no Rio tenha motivação eleitoral

Do UOL, em São Paulo

O porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, negou nesta quarta-feira (21) que a intervenção federal na segurança pública do Rio tenha motivação eleitoreira.

"Toda e qualquer decisão de governo é regida exclusivamente pelas reais necessidades de encontrar soluções dos problemas para o povo brasileiro. A agenda eleitoral não é e nunca será a causa das ações do presidente", disse o porta-voz em um pronunciamento de menos de dois minutos.

Segundo Parola, a demanda da sociedade "é a única lógica" que motivou a intervenção federal no Rio. 

O porta-voz também afirmou que o governo federal manterá uma conduta longe do "aplauso fácil". "O governo seguirá sua trajetória sem pautar-se pela busca do aplauso fácil, mas na rota firme nas decisões corajosas de enfrentar e resolver os dramas verdadeiros de nossa nação sem nenhuma significação eleitoral", afirmou.

Pré-candidatos ao Planalto como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) acusaram Temer (MDB) de adotar a medida com o objetivo de recuperar a popularidade e de se lançar à reeleição.

Lula disse nesta quarta, em entrevista à Rádio Itatiaia, que Temer tenta ganhar eleitores do Bolsonaro com intervenção no Rio. "Eu acho que o Temer está encontrando um jeito de ser candidato a presidente da República. E acho que ele achou que a segurança pública pode ser uma coisa muito importante para ele pegar um nicho de eleitores do Bolsonaro", afirmou.

Apesar de ter votado favoravelmente ao decreto da intervenção na terça-feira (20), Bolsonaro fez críticas à medida e afirmou que Temer está "tentando roubar o seu discurso". "Temer já roubou muita coisa aqui, mas o meu discurso ele não vai roubar, não", disse.

Já Ciro Gomes classificou como "politiqueira" a decisão do presidente de intervir no Rio e afirmou que a intervenção foi mal planejada e está destinada a ser um "desastre".

"O Temer, diga-se a bem da verdade, é uma figura enojante. Porém, é um lutador. Eu fico zangado quando vejo o Temer esperneando e lutando e lembro que a Dilma deixou o país cair na mão dessa gente sem espernear e lutar", disse.

Aliados sem autorização de Temer

Sem mencionar nomes, Parola afirmou que aliados de Temer não devem comentar sobre a intervenção no Rio em nome da Presidência. 

"Assessores ou colaboradores que expressem ideias e avaliações sobre essa matéria não falam nem têm autorização para falar em nome do Presidente da República".

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