Operação Lava Jato

"Estou candidato", diz Lula em ato de pré-candidatura em BH

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na noite desta quarta-feira (21) em Belo Horizonte que "está" candidato nas eleições deste ano. O comentário foi feito depois de Lula criticar a condenação em segunda instância no caso do tríplex, da Operação Lava Jato. Em tese, a decisão o tornou inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa e pode levá-lo à prisão.

"Não sei o que vai acontecer na Justiça. Quero dizer que não respeito a decisão que foi tomada contra mim porque sei que ela é mentirosa, ela é política, e ela não está baseada nos autos do processo", disse. "Por isso, quero dizer: estou candidato."

Lula deu tais declarações durante um ato de lançamento de sua pré-candidatura a presidente, na capital mineira. Em seu discurso, o ex-presidente também disse aos presentes que era "a encarnação de um pedacinho de célula de cada um de vocês."

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"Se um Lula incomodava muita gente, dois Lulas incomodam muito mais. E se dois Lulas incomodavam muita gente, pelo menos uns 60 ou 70 milhões de brasileiros vão incomodar muito mais."

No último Datafolha divulgado em 31 de janeiro, Lula liderou todos os cenários em que aparecia. Sem ele, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) aparece em primeiro lugar nas simulações de intenções de voto.

Defesa tenta evitar prisão

Enquanto Lula mantém sua agenda política --nesta quinta, participa do aniversário do PT, em São Paulo--, seus advogados buscam evitar sua prisão com recursos à Justiça. A defesa do ex-presidente aguarda o julgamento de um habeas corpus preventivo no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), mas o caso ainda não foi pautado pela presidente da Corte, Cármen Lúcia.

Para os advogados de Lula, a prisão de Lula após o julgamento em segunda instância, o que o atual entendimento do STF permite, viola o princípio constitucional da presunção de inocência, já que o ex-presidente ainda pode recorrer de sua condenação aos tribunais superiores.

Em paralelo, a defesa do petista entrou nesta terça (20) com embargos de declaração no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre), onde ele foi condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex. Este recurso serve, em geral, para pedir esclarecimentos sobre a decisão do tribunal, mas os advogados de Lula querem que ele tenha efeito de absolver o ex-presidente ou anular o processo.

Em tese, os embargos são o último recurso com o poder de suspender a execução da pena de Lula. O pedido da defesa será analisado pela 8ª Turma do TRF-4, a mesma que condenou Lula no caso do tríplex. O julgamento ainda não tem data para acontecer.

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