Eleições 2018

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Abatida por ataques de adversários nas duas eleições passadas, a ex-senadora Marina Silva (Rede) está buscando aliados para combater as "fake news" contra a sua provável campanha à Presidência da República deste ano. O partido da pré-candidata fez uma chamada online de voluntários e diz que durante uma semana já angariou mais de 600 interessados para a mobilização digital.

Nas duas vezes que esteve na corrida ao Planalto, Marina se disse vítima de "injustiças" e "ataques pessoais". Chegou a chorar durante uma entrevista, após ser alvo de críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2014, de quem foi ministra. Quando subiu nas pesquisas e ficou em segundo lugar atrás da petista e ex-presidente Dilma Rousseff, a amizade entre a ex-senadora com a educadora Neca Setúbal, herdeira do grupo Itaú, virou tema da propaganda do PT em rede nacional.

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A Rede quer se vacinar dos ataques da campanha eleitoral que se aproxima. Lucas Brandão, coordenador da plataforma de voluntários, está trabalhando para que a sigla tenha um exército de "pessoas reais" para contestar os boatos. "Como a gente não usa robô ou perfis fakes, queremos usar esse voluntariado para qualificar o debate na internet, divulgando as verdades contra as notícias falsas sobre a Marina", diz.

O plano, segundo Brandão, é que a rede de voluntários esteja conectada e disposta a espalhar a versão do partido de Marina. "Vamos ter sempre uma resposta orgânica, [gerada] por pessoas reais", afirma. 

Ele diz também que Marina manterá a conduta de não fazer ataques pessoais aos adversários. "Ela sofreu muito com propaganda enganosa e com a quantidade de informação distorcida. Essa campanha do vale-tudo foi muito ruim para democracia", comenta.

A ex-senadora publicou nas redes comunicado sobre o tema, uma semana depois de lançar a pré-candidatura em dezembro do ano passado. "Reafirmo o compromisso do nosso documento de diretrizes de 2010, 'vamos nos pautar pelo debate de ideias e propostas sobre o Brasil evitando factoides, notícias falsas, embates vazios e consensos ocos. Nenhum ataque ou ofensa pessoal será dirigido a qualquer pré-candidato.'"

Voluntários para poesia e memes

A plataforma de voluntários, lançada em 18 de janeiro, não exige filiação, e convida interessados a contribuir com a campanha da pré-candidata de diferentes formas, além da mobilização online. Cerca de 800 pessoas se inscreveram até a sexta-feira (26), segundo a Rede.

Na ficha cadastral, o voluntário pode escolher "mobilizar pelos sonhos", o que significa colaborar na elaboração do programa de governo. Segundo Brandão, essa é a opção que mais escolhida até o momento.

É possível também contribuir com a produção de poesias, memes e até cantos. Brandão diz que a criação de poemas tem a ver com a forma de expressão de Marina sobre a política. "Ela faz poesias e acredita que a poesia pode aproximar as pessoas da política", pontua.

Na inscrição, a legenda deixa claro que o voluntário não receberá "remuneração de nenhuma ordem" nem deve cogitar algum "vínculo empregatício".

Brandão afirma que a convocação de voluntários foi a "solução possível" para atuar frente aos adversários com maior tempo de TV e fundo partidário. "Não tínhamos muitas opções", admite.