Alckmin é alvo de protesto do MPL em inauguração de estação do metrô
Janaina Garcia
Do UOL, em São Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi recebido com protesto organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre), nesta terça-feira (23), na região central da capital paulista.
O ato, que criticou o aumento das passagens do transporte coletivo --que entrou em vigor, por parte de governo estadual e Prefeitura de São Paulo, no último dia 7 --de R$ 3,80 para R$ 4 e a privatização de linhas do metrô, foi realizado durante a inauguração da estação Higienópolis-Mackenzie da linha 4-amarela do metrô paulistano, aberta hoje e em funcionamento parcial após ao menos cinco anos de atraso nas obras.
Integrante do MPL retirada à força da estação, a estudante Anna Silva, 20, afirmou que o ato foi em "apoio aos trabalhadores que paralisaram contra a privatização" e em repúdio ao reajuste da tarifa.
"Já sabíamos que haveria essa violência --é o mesmo governo que bateu nos secundaristas, em 2016, e que bateu nos manifestantes do MPL semana passada na mesma linha 4", disse. Atualmente no Passe Livre, a estudante atuou nas ocupações escolares contra a reorganização pretendida pelo governo Alckmin em 2015 e 2016.
No evento, ao lado do governador, o prefeito em exercício de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), ironizou o ato. "São manifestações de interesse de classe, e, não, da população. A população quer mais metrô, saúde, educação", discursou Covas, que já foi secretário estadual sob Alckmin.
Indagado sobre o ato, o governador não se referiu a ela diretamente, tampouco comentou o reajuste da tarifa.
"Na linha 4, os investimentos são do Estado, isso já estava previsto na PPP (Parceria Público Privada); na linha 5, o governo recebe recursos, não paga nada", disse. "Essa é a verdadeira reforma do Estado: ele não deve ser executor de tudo e nem provedor de tudo --é um papel planejador, regulador e fiscalizador", defendeu o tucano.
A reportagem identificou, ao final da inauguração oficial da estação, um dos homens que afastaram os integrantes do MPL. Ele se identificou como Renato Amaral, 55, empresário, pai de um estudante de Engenharia da universidade Mackenzie, vizinha à estação.
"Não vim aqui para isso; e comigo é assim: bateu, levou. Fui agredido primeiro", declarou Amaral. Indagado sobre sua relação com o governador, enfatizou: "Sou eleitor dele, e, a partir de hoje, cabo eleitoral dele também."
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