Reeleição de Artur Virgílio prenuncia batalha por Estado em 2018

Rosiene Carvalho

Colaboração para o UOL, em Manaus

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    O prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto (PSDB), comemora e reeleição

    O prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto (PSDB), comemora e reeleição

A reeleição do prefeito Artur Virgílio Neto (PSDB) em Manaus (AM) marca o início da disputa eleitoral do grupo formado por ele e pelo senador Eduardo Braga (PMDB) para as eleições amazonenses em 2018.

Artur Virgílio e Braga fizeram questão de exibir as intenções políticas deles desde a convenção partidária, em agosto, quando, numa reviravolta, anunciaram a aliança dos dois, que eram inimigos históricos no Amazonas.

"Temos planos para 2016, 2018 e 2020", declarou Artur Virgílio no dia 5 de agosto na convenção que confirmou sua candidatura nesta eleição.

Aos 70 anos, Artur não poderá entrar na disputa pela Prefeitura de Manaus novamente em 2020 porque já foi reeleito neste pleito. Sua alternativa para manter-se em cargo eletivo será renunciar em 2018 e disputar uma das duas vagas ao Senado para um mandato de oito anos. Outra alternativa seria concorrer ao governo do Estado do Amazonas, cargo ainda não ocupado por ele.

Um indicativo de que o tucano pode não cumprir os quatro anos de mandato para o qual foi eleito neste domingo é o contexto que levou o deputado federal Marcos Rotta (PMDB) a desistir da candidatura a prefeito de Manaus, após meses de costura, e aceitar ser vice na chapa do tucano.

Rotta aparecia nas pesquisas eleitorais, antes da convenção, como o único pré-candidato com chance de vitória no segundo turno num confronto com Artur Virgílio.

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Arthur Virgílio (dir) e Eduardo Braga (esq) durante a convenção partidária do PSDB e do PMDB no Amazonas

Com a vitória nas urnas neste domingo, o vice-prefeito eleito Rotta deixará de receber um salário de R$ 33.763, que tem direito como deputado federal, para ganhar R$ 17 mil. Para assumir um cargo com baixa capacidade de projeção política e sem orçamento próprio a administrar, o deputado abrirá mão de benefícios que chegam a R$ 168,6 mil por mês na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O diplomata Artur Virgílio teve sua história política marcada pela atuação parlamentar. Antes de se eleger prefeito de Manaus em 2012, exerceu três mandatos na Câmara Federal e um como senador da República.

Durante o período em que atuou no Congresso Nacional, o tucano disputou o governo do Estado apenas uma vez, em 2006, quando não chegou a ir ao segundo turno --que foi vencido por Braga. Porém, até 2012, dava clara demonstração de predileção pelo Parlamento.

Governo do Amazonas

A campanha pela prefeitura de Manaus colocou em evidência a possibilidade de outros dois nomes na disputa pelo governo do Amazonas em 2018, além de Artur Virgílio. Os senadores e ex-governadores Eduardo Braga e Omar Aziz (PSD) atuaram como principais cabos eleitorais dos candidatos que disputaram o segundo turno da eleição em Manaus, cidade que concentra mais da metade dos eleitores do Estado.

Waldemir Barreto - 24.fev.2015/Agência Senado
Omar Aziz (PSD), em pronunciamento no Senado

Assim como Eduardo Braga trabalhou em favor do aliado tucano, o senador Omar Aziz articulou o palanque e foi para as ruas de Manaus pedir votos para Marcelo Ramos (PR), com quem Artur Virgílio disputou o segundo turno.

Braga tem mais dois anos de mandato como senador e não esconde suas intenções de voltar ao comando do Estado. Na mesma convenção em que o tucano revelou os planos do grupo para as próximas eleições, Braga indicou confiança em seu retorno ao governo.

Na ocasião, anunciou a sua candidata à vice nas eleições de 2014, a ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP), como futura vice-governadora do Amazonas e sua mulher e 1° suplente no Senado, Sandra Braga (PMDB), como futura senadora do Estado.

O novo aliado de Artur Virgílio disputou e perdeu as eleições de 2014 ao governo do Amazonas para José Melo (Pros).

Após a derrota nas urnas, Braga apresentou à Justiça Eleitoral 22 processos com pedido de cassação do governador José Melo. Em um deles, Melo foi cassado pelo TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) e aguarda no cargo julgamento do recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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