Gean Loureiro vence eleição em Florianópolis por diferença de 1.150 votos

Colaboração para o UOL

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    Gean Loureiro (PMDB) é afilhado político do senador Dario Berger, ex-prefeito da capital

    Gean Loureiro (PMDB) é afilhado político do senador Dario Berger, ex-prefeito da capital

Em uma disputa muito acirrada, o deputado estadual Gean Loureiro (PMDB) foi eleito prefeito de Florianópolis (SC) neste domingo (30). A vitória significa o retorno do partido à chefia do Executivo. Loureiro se manteve à frente de Angela Amin (PP) em todas as pesquisas realizadas no segundo turno.

Com 100% das urnas apuradas, Loureiro foi eleito com 50,26% contra 49,74% de Amin. A diferença foi de apenas 1.153 votos em um universo de 222.733 votos válidos.

A vitória do peemedebista reforça a alternância de poder entre o partido e o PP na prefeitura da capital catarinense. Nos últimos 16 anos esses grupos se revezaram no poder.

Loureiro é afilhado político do senador Dario Berger (PMDB), que foi prefeito de Florianópolis por dois mandatos consecutivos entre 2005 e 2012. Nos planos do partido, Loureiro seria o herdeiro natural ao cargo.

Mas, em 2012, o aliado da família Amin Cesar Souza Junior (PSD) acabou vencendo a eleição em uma disputa apertada. O vice de Cesar foi João Amin, filho do deputado federal Esperidião Amin, que já foi governador do Estado, e de Angela Amin, que também foi prefeita por dois mandatos, antes de Berger.

Além do apoio de Berger, o peemedebista foi beneficiado por uma coligação ampla de 15 partidos (PMDB / PSDB / DEM / PDT / PRB / PRTB / PSC / PTB / PTN / SD / PR / PRP / PPS / PPL / PTC).

Loureiro, 43, nasceu em Florianópolis, é formado em direito e administração, além de mestre em engenharia de produção e doutorando em engenharia do conhecimento. Foi eleito vereador aos 19 anos, sendo o mais jovem eleito para o cargo na cidade. Foram cinco mandatos seguidos de vereador antes de se candidatar --e ser eleito-- deputado federal, em 2010. Em 2014, foi eleito deputado estadual.

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Batalha na propaganda eleitoral

A disputa pela prefeitura foi marcada por acusações mútuas. A Justiça Eleitoral recebeu 20 representações dos candidatos contra as propagandas veiculadas pelo adversário -- um número alto se compararmos com outras duas cidades catarinenses que tiveram segundo turno: a média foi de cinco representações.

Em um dos programas suspensos pela Justiça Eleitoral, Amin apontava Loureiro como responsável pela contratação em 2009 de show do tenor Andrea Bocelli que custou R$ 2,5 milhões à prefeitura, mas não chegou a ser realizado. Na época, o peemedebista era chefe de governo de Berger.

Loureiro afirmou que nunca foi mencionado pelo Ministério Público como responsável pelos gastos.

Outro fato que marcou a corrida eleitoral foi a cassação por cinco anos dos direitos políticos de Angela Amin pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), dois dias após a realização do primeiro turno.

O ministro Mauro Campbell julgou uma ação de improbidade administrativa aberta há 16 anos, quando ela ocupava o cargo de prefeita pela primeira vez em Florianópolis.

O STJ cancelaria a cassação da pepista uma semana depois, acatando o argumento da defesa de que a decisão não poderia ter sido tomada por Campbell de forma monocrática, mas por colegiado. A sanção ainda poderá ser julgada pelo colegiado do STJ após as eleições.

Florianópolis tem o melhor IDH entre capitais

Um dos desafios de Loureiro é manter a qualidade de vida da cidade. Com 470 mil habitantes, Florianópolis tem o melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) entre todas as capitais brasileiras. 

Florianópolis também é a capital com maior renda per capita por domicílio. Dados divulgados pelo IBGE sobre o Censo 2010 mostram que a renda familiar ultrapassa cinco salários mínimos. O PIB da capital é de R$ 14,6 bilhões.

A taxa de mortalidade é a menor entre as capitais (7,6%) e está distante da média nacional (14,6%). Já a expectativa de vida é de 78 anos. Além disso, no último Anuário da Segurança Pública, Florianópolis aparecia com o segundo menor índice de homicídios do país.

Apesar das estatísticas positivas, a capital catarinense enfrenta problemas como a falta de planejamento urbano e fiscalização de construções ilegais, saneamento básico deficitário (apenas metade dos habitantes tem esgoto tratado), além dificuldades na alta temporada turística, que ocasiona engarrafamentos no trânsito. 

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