Crivella vota, ouve gritos pró-Freixo, e apoiadores dizem: "tchau, querida"

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

Líder nas pesquisas de intenção de voto, o senador Marcelo Crivella (PRB), candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, votou pouco mais de uma hora após a abertura das urnas, às 9h20 deste domingo (30), em Copacabana, zona sul da cidade, e ouviu gritos de eleitores do seu adversário, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). Enquanto Crivella riu das intervenções, alguns dos apoiadores e familiares que o acompanharam rebateram gritando "vai embora" e "tchau, querida".

Na zona eleitoral em que o candidato vota, situada ao lado do Forte de Copacabana, ele teve 13,03% dos votos válidos no primeiro turno, ficando na quarta colocação. O mais votado na seção foi Freixo, com quase o dobro de votos, 25,50%.

No caminho até o local de votação, quando caminhou da casa de sua mãe, a poucos metros do local de votação, Crivella abraçou e tirou fotos com apoiadores. Dentro da zona eleitoral, cercado por muitos jornalistas, cruzou com uma mulher que repetiu, aos gritos: "é o Freixo! O Freixo não foge de debates". Um homem que passava pela ciclovia da orla do bairro também gritou o nome do candidato do PSOL ao ver Crivella.

Na saída da zona eleitoral, uma moradora de Copacabana gritou da janela que é católica, mas vota no senador do PRB, manifestação muito comemorada por quem acompanhava o candidato, que é evangélico e bispo licenciado da Igreja Universal e se envolveu em polêmicas com outras religiões nessa campanha.

Júlio César Guimarães/UOL
Líder nas pesquisas de intenção de votos, o senador se mostrou confiante na vitória

Abstenção

Com tempo nublado na cidade, as ruas estavam mais vazias que o habitual para uma manhã de domingo em Copacabana. Em entrevistas antes e depois de votar, Crivella falou sobre a expectativa sobre a taxa de eleitores que vão se abster de votar nesse segundo turno. "Estou esperando que hoje caia o número de abstenção e o povo do Rio de Janeiro possa decidir com a sentença inapelável das urnas a sua vontade soberana", declarou.

Sobre as pesquisas deste sábado, que apontaram uma sua redução de até dez pontos percentuais na sua vantagem sobre Freixo, o senador, líder nas intenções de voto, disse que os levantamentos continuam "dentro da margem de erro". "Agora, faço votos de que a nossa militância esteja na rua para garantir a vitória".

Dizendo-se confiante, como "todo candidato", afirmou ainda que sua expectativa é "vencer a eleição, cuidar das pessoas, me dedicar cada do dia do meu mandato a resolver o problema da saúde, do saneamento, da educação, colaborar com a questão da segurança, que eu acho fundamental".

"Vou me dedicar, como eu nunca fiz na vida, a essa missão, se o povo do Rio de Janeiro me der a honra e se Deus decidir", completou Crivella. O maior desafio de seu eventual governo será, segundo o candidato, a saúde. "Nós vamos resolver esse assunto, custe o que custar", afirmou.

Conceito de família

Questionado sobre qual é seu conceito de família, pouco antes de entrar na zona eleitoral, ele sorriu e repetiu a pergunta antes de respondê-la. "Meu conceito de família? É a minha: eu, minha mulher, meus filhos e meus netos", disse, despedindo-se. Ao reencontrar o repórter que lhe fez a pergunta depois de votar, o abraçou e ironizou: "e a Mídia Ninja, vai bem?". O jornalista então informou que trabalhava para o site de Sidney Rezende.

Os planos para o resto do dia, segundo Crivella, vão seguir uma tradição eleitoral.

"Todas as eleições que eu disputei, e essa é a sétima, eu venho aqui votar nessa seção eleitoral de Copacabana, e depois eu saio para agradecer os eleitores. E é mais ou menos o mesmo itinerário. Daqui atravesso o túnel, passo em Triagem, vou a São Cristóvão, passo na Mangueira, chego a Pavuna [todos na zona norte], depois pego para a esquerda e vou terminar lá em Bangu [na zona oeste], onde hoje vai ser, vamos dizer assim, o nosso último momento de comemoração e de agradecimento à militância", declarou.
 

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