As campanhas dos 114 candidatos a prefeito que disputam o segundo turno tiveram um custo total declarado de ao menos R$ 143 milhões. O valor inclui despesas de campanha do primeiro e do segundo turno desses candidatos, e pode ser ainda maior, já que os candidatos têm até 30 dias após a eleição para enviar a prestação de contas final de campanha.

Neste domingo (30), 32,9 milhões de brasileiros devem voltar às urnas para escolher em segundo turno os prefeitos de 57 cidades do país. Os eleitos vão governar de 2017 a 2020.

As cidades em que os candidatos que passaram ao segundo turno mais gastaram nessas eleições, segundo os dados oficiais, foram Belo Horizonte (R$ 11,5 milhões), Fortaleza (R$ 11,4 milhões), e Rio de Janeiro (R$ 8,7 milhões). Em seguida vêm Recife (R$ 7,6 milhões), Cuiabá (R$ 7,1 milhões), e Manaus (R$ 6,6 milhões).

A reportagem do UOL calculou os valores com base na última atualização no sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), feita na última quinta-feira (27).

Este é a primeira eleição desde 1994 em que estão proibidas doações de empresas para os candidatos e apenas pessoas físicas podem contribuir com dinheiro para as campanhas.

O resultado foi a queda nos gastos declarados. Dados do TSE apontam queda de 71% nas despesas eleitorais dos candidatos no primeiro turno desta eleição.

Segundo o TSE, o custo das campanhas para vereador e prefeito no primeiro turno caiu de R$ 7,7 bilhões em 2012 --valor corrigido pela inflação acumulada no período, conforme o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)-- para R$ 2,2 bilhões em 2016.

No Brasil, 92 municípios podem ter segundo turno: a lei determina que isso ocorra nas cidades com mais de 200 mil eleitores. Este ano, em 57 destes municípios a disputa passou para o segundo turno.

Nas eleições de 2012, 50 cidades tiveram segundo turno, ou seja, 7 a menos que neste ano.

As disputas ocorrem em 20 Estados e envolvem cidades que, juntas, representam 22% de toda a população brasileira. Entre as 26 capitais, 18 terão disputas em segundo turno: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Manaus, Recife, Porto Alegre, Belém, Goiânia, São Luís, Campo Grande, Maceió, Cuiabá, Aracaju, Porto Velho, Florianópolis, Macapá e Vitória.

Os três candidatos no segundo turno que mais gastaram nas campanhas, de acordo com as contas apresentadas até o momento, foram Roberto Cláudio (PDT), em Fortaleza, com R$ 8,3 milhões, João Leite (PSDB), de Belo Horizonte, com R$ 8,1 milhões, e Marcelo Crivella (PRB), no Rio, com R$ 7,4 milhões.

Essas três campanhas foram ao menos duas vezes mais caras que a dos respectivos adversários. Em Fortaleza, Capitão Wagner (PR) gastou R$ 3,1 milhões; em Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS) gastou R$ 3,3 milhões, e, no Rio, Marcelo Freixo (PSOL) teve despesas de R$ 1,2 milhão com a campanha.