Marcelo Crivella: surfista, cantor gospel e corredor "vaidosíssimo"

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

  • Arquivo pessoal

    Crivella posa para foto em 1976 com a namorada, Sylvia Jane, com quem casou em 1980

    Crivella posa para foto em 1976 com a namorada, Sylvia Jane, com quem casou em 1980

A história foi contada a um amigo com a habitual "fala mansa". Marcelo Crivella estava na África do Sul, para onde fora enviado com a mulher e os três filhos como missionário da Igreja Universal do Reino de Deus, na década de 1990. Encontrara um país e um continente destroçados por um regime de segregação racial e pela pobreza.

Certo dia, o então pastor evangélico foi buscar o filho, Marcelinho, na escola. Vendo a situação precária do lugar, pensou em abandonar a missão na África e voltar para o Brasil. "Isso é sacanagem com meu filho. Vou largar isso tudo e vou cuidar dele", ponderou, segundo o confidente. Encostou o carro e ficou esperando o garoto. Nesse momento, contou Crivella, ouviu uma voz dizer: "cuida dos meus filhos que eu cuido do seu". Decidiu então continuar.

O período no continente africano, onde foi precursor dos trabalhos da Universal em 18 países e pregou em português, inglês e zulu, é anunciado por ele como "o melhor tempo" da sua vida, apesar das dificuldades de adaptação no início da jornada, em 1993. "Acho que as crianças sofreram", comentou.

A experiência, improvável para quem nasceu na zona sul do Rio de Janeiro e era surfista na juventude, foi decisiva na construção da persona do homem que viria a se tornar senador da República anos depois e que agora disputa sua sétima eleição, desta vez para a prefeitura de sua cidade.

Arquivo pessoa/UOL
Marcelo Crivella carrega o filho recém-nascido, Marcelo, no colo, em 1985

Mas Marcelo Bezerra Crivella, 59, é mais que religioso e político. Na campanha desse ano, sua terceira tentativa de se tornar prefeito do Rio, fez questão de repetir diversas vezes que também é engenheiro civil, cantor, escritor, oficial de reserva do Exército, além de já ter sido auxiliar de escritório, taxista, professor universitário e servidor público. Lista as várias profissões sempre que é questionado sobre a ligação entre sua atuação política e religiosa, um dos temas preferidos de seus adversários em disputas eleitorais.

Ao voltar da África para o Brasil, no fim de 1999, ele encarou outra missão: criar uma fazenda, em Irecê, no sertão da Bahia, que servisse de modelo para a reforma agrária no país. No ano seguinte, era inaugurada a Fazenda Nova Canaã, fruto do projeto Nordeste. A empreitada foi financiada com a renda do álbum "Mensageiro da Solidariedade", que vendeu mais de um milhão de cópias e foi um marco na sua bem-sucedida carreira musical no mundo gospel --caso seja eleito prefeito, ele informou que, "se for possível", pretende conciliar os dois ofícios.

Instalado em um terreno de quase 5 km², irrigado com técnicas importadas de Israel, o projeto da Nova Canaã atende famílias em situação de vulnerabilidade social e provê educação em tempo integral para mais de 600 crianças e adolescentes, além de saúde e atividades agrícolas. A iniciativa é tida por Crivella como um exemplo do "Brasil que pode dar certo" e já foi explorada por ele e pelo seu partido em propagandas eleitorais.

"Resignada submissão" à política

Hoje empresário e um dos principais apoiadores da campanha do pai, Marcelo Hodge Crivella, 31, o Marcelinho, era adolescente quando foi morar no interior da Bahia com a família e lembra como a missão foi um ponto de virada.

"Naquela época, ele se projetou no Brasil como o 'mensageiro da solidariedade' e, por conta disso, as pesquisas espontâneas da Bahia apontavam ele liderando para governador. Foi nesse momento que a vida política surgiu como uma possibilidade. Até então não era nada conversado. Aí o PL [Partido Liberal] convidou ele para disputar o Senado pelo Rio [em 2002]. E ele foi, para a surpresa de todos, o senador votado por mais de 3 milhões de pessoas, sem nenhuma trajetória política", lembra.

Há cinco anos, num discurso para pastores evangélicos, seu pai deu um versão diferente para a repentina mudança de hábito. "A repercussão foi grande. E o presbitério da minha igreja, a Igreja Universal do Reino de Deus, disse: 'achamos que você tem que ir para a política'. Confesso a vocês, meus irmãos, que me entibiei [não se entusiasmou]... Eu não posso falar outra coisa, senão eu estava mentindo."

"Mas", disse Crivella, tentando conter o riso, "na Igreja Universal a gente tem... é... Então!", interrompeu por alguns segundos, arrancando gargalhadas da plateia, "tem que ir". "E eu fui, mas eu me lembro que quando estava voltando para casa naquele dia, eu fiz uma oração. E eu falei, só eu e Deus: 'ai meu Deus, eu não faria isso com um filho meu. Tirar do altar e botar na política... Não faria isso'", conta.

O senador prossegue: "fui e, acabei, pela misericórdia de Deus, me elegendo por absoluta e resignada submissão. E comecei na política a ver o plano de Deus. Eu não sei se será na nossa geração, quando será, mas os evangélicos ainda vão eleger um presidente da República que vai trabalhar por nós e pelas nossas igrejas, e nós vamos cumprir a missão que há 2.000 anos é o maior desafio da igreja, que é levar o evangelho a todas as nações da Terra".

Seu vínculo com a Universal, da qual ele se licenciou do cargo de bispo desde que entrou no Senado, em 2003, é de sangue. O fundador da denominação neopentecostal, criada no Brasil há quase quatro décadas e desde então presente em quase 200 países, é seu tio, o bispo Edir Macedo, irmão de sua mãe, dona Eris.

Jílio César Guimarães/Arquivo pessoal
O bispo Edir Macedo (o primeiro à esquerda) participa de culto da Igreja Universal no estádio do Maracanã, ao lado do sobrinho, Marcelo Crivella (o segundo à esquerda)

Filho único, Crivella, no entanto, nasceu em casa de pais católicos e, segundo relatou, teve que ir de encontro à vontade do pai, seu Mucio, já falecido, rejeitando a primeira comunhão para se tornar evangélico ainda na infância, frequentando a Igreja Pentecostal da Nova Vida.

Falando ao UOL sob condição de anonimato, um ex-ministro do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), contemporâneo de Crivella --que ocupou o Ministério da Pesca e a Aquicultura entre 2012 e 2014--, disse não conseguir entender bem a relação dele com a igreja.

"Quando o Ministério do Esporte foi dado para a Universal, Dilma queria que Crivella ficasse [com a pasta], mas o PRB não aceitou. Era natural que ele ficasse, mas preferiram aquele outro, o deputado [George Hilton, que depois se transferiu para o Pros]."

Fundado em 2005 por Crivella e pelo ex-vice-presidente da República José Alencar (1931-2011), o Partido Republicano Brasileiro é hoje presidido interinamente por outro bispo licenciado da Igreja Universal: Eduardo Lopes, suplente de Crivella no Senado. Marcos Pereira licenciou-se da presidência da legenda para assumir o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Ele também é bispo licenciado da igreja.

Arquivo pessoal
No centro, o pequeno Marcelo Crivella é ladeado pelo avô e pelo pai

A fé no dia a dia

Quem convive ou conviveu com Crivella conta que a sua fé se revela tantos nas grandes missões quantos em pequenos atos cotidianos. Marqueteiro da campanha para o Governo do Estado em 2014, o publicitário paulista Lula Vieira colheu suas impressões sobre a convivência com o cliente que virou amigo --"uma delícia de pessoa".

"Ele leva a crença dele para o dia a dia. De vez em quando, eu acho até babaca. O Crivella é um homem capaz de fazer o seguinte: estamos os dois esperando na porta para pegar um táxi, que demora bastante. Até que, depois de algum tempo, o carro chega e ele diz: 'vê como Deus é bom'. Ele acha que foi Deus que mandou o táxi dele."

Colega de Crivella no Congresso há quase 14 anos, o senador Magno Malta (PR-ES), conhecido pelo estilo brincalhão e espalhafatoso no plenário, diz ser seu "amigo pessoal". Ambos são pastores e cantores e, no entendimento de Malta, defendem as mesmas bandeiras. "Tenho uma admiração por ele muito grande, pelo sacerdócio dele. O Crivella é um homem misericordioso e conciliador. Ele é incapaz de levantar a voz para alguém", diz o parlamentar.

"Tem hora até que ele me irrita. Na época do PL 122/2006 [projeto de lei que criminalizaria a homofobia, que foi arquivado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado no ano passado] ele ficava conciliando com as pessoas e eu ia para o ataque mesmo, para me defender dos que vinham de lá para cá. E ele fazia aquela voz mansa. Eu dizia: 'pô, Crivella, levanta pelo menos essa voz, rapaz. Pô, você não entra em bola dividida'. Aí ele falava: 'eu entro em bola dividida, mas eu entro diferente de você'", reproduz Malta, reduzindo o volume e a velocidade da fala.

Lia de Paula/Agência Senado
À direita, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) observa o colega e amigo Magno Malta (PR-ES) falar sobre projeto que criminalizaria a prática da homofobia

Imagem arranhada

O tom de voz praticamente inalterável e a delicadeza no trato moldaram a imagem pública de Crivella. "Sou um ficha limpa", gosta de repetir. Até a campanha desse ano, a sua relação com a Universal, marcada por denúncias de lavagem de dinheiro e até formação de quadrilha a alguns de seus membros, era a principal fonte de rejeição contra ele.

"A rejeição do meu pai, no passado, foi muito ligada à Igreja Universal, isso todo muito sabe. Mas ao longo de 15 anos de vida pública, é algo que ele tem desconstruído. As pessoas têm notado que esse negócio de misturar religião com política é um medo que não tem muito fundamento", declarou o filho do senador. A reportagem questionou a Universal sobre a relação com o candidato e a eventual rejeição do eleitorado. "Questões relativas ao senador devem ser encaminhadas à assessoria dele", foi a resposta.

Mas nas semanas que antecederam o segundo turno, a ser disputado neste domingo (30) contra o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), foi como se uma espécie de caixa de Pandora contendo informações desfavoráveis à Crivella tivesse sido aberta no Rio de Janeiro. E um outro Crivella aparecesse.

Primeiro, veio à tona um livro escrito ao fim de sua missão na África, com críticas a diversas religiões, classificadas de "diabólicas". Na obra, ele também chama a homossexualidade de "conduta maligna" e de "terrível mal". Atingido pela divulgação do conteúdo, o senador pediu desculpas, disse que agiu de forma "extremista" ao escrever o livro, e justificou-se dizendo que era "um jovem missionário". Na época, ele tinha 42 anos.

Em 2012, Crivella fez pregação na qual disse que a homossexualidade pode ter origem no sofrimento do bebê ainda no útero da mãe e que gays merecem compreensão porque podem ser fruto de aborto malsucedido. Um vídeo com as declarações estava no YouTube, mas foi retirado da plataforma horas após sua divulgação pela imprensa.

Reprodução/Veja
A revista "Veja" divulgou fotos inéditas de Crivella fichado pela polícia há 26 anos

O senador sofreu outro desgaste ao ter o episódio em que foi preso em flagrante, em 1990, por invasão domiciliar, revelado pela revista "Veja". Duas fotos em que ele aparece fichado pela Polícia Civil estamparam a capa da publicação semanal.

Depois de dar sua versão ao público, dizendo que "nunca foi preso", e criticar os jornalistas responsáveis pela reportagem, Crivella foi desmentido por si mesmo. Os repórteres haviam gravado entrevista na qual ele confirmava que tinha passado um dia em uma cela lotada e publicaram áudios no site da revista.

As revelações logo foram seguidas por críticas de adversários. Foi chamado de perigoso, por Freixo, e de "preconceituoso", pelo prefeito do Rio, o ex-aliado Eduardo Paes (PMDB). Adversário nas eleições estaduais de 2014, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse que Crivella é "lobo em pele de cordeiro".

"Alma de Roberto Carlos"

Entre os muitos adjetivos empregados pelos amigos para descrever Crivella --delicado, amoroso, encantador, cortês, afável, respeitoso, humano, entre outros--, um chama a atenção pela uso do superlativo: "vaidosíssimo".

"Ele tem uma alma de Roberto Carlos", define Lula Vieira. "Concordo plenamente", corrobora o cantor e compositor Michael Sullivan, autor de clássicos como "Me dê motivo" e "Um dia de domingo" e parceiro de Crivella em diversas músicas.

"Ele é muito perfeccionista. Na hora que ele está colocando voz, ele canta em um tom, meio tom abaixo e meio tom acima. Ele tem esses toques, mesmo", diz Sullivan, que também produziu discos do senador. "Eu acho que ele deveria se dedicar mais, porque ele compõe e canta muito bem", opina.

Crivella, que lançou em 2016 o seu 16º álbum, tem 236 obras registradas no Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). No universo gospel, o cantor está no mesmo patamar que fenômenos de venda como Thales Roberto e Aline Barros.

Reprodução
Como cantor gospel, o bispo licenciado Marcelo Crivella lançou 16 CDs

Algumas semanas atrás, Vieira conta que foi tomar um café na casa do amigo e o ingrediente principal da bebida estava em falta. "Ele disse para irmos ao shopping, que fica ali perto, mas no meio do caminho ele parou de repente e voltou para casa. Depois foi que eu percebi que ele passou por um espelho e viu que o cabelo não estava arrumado", conta. "Mas eu entendo. Não é uma vaidade babaca. Ele tem a ideia de que é um símbolo".

Em entrevista recente, a mulher de Crivella revelou que o marido aplicou botox no rosto para suavizar os pés-de-galinha ao lado dos olhos.

De oratória e retórica privilegiadas, ele gosta muito falar sobre como os fatos do passado influenciaram no contexto atual. "Quando ele começa falar, a gente se pega parando para ouvir, porque ele é um ótimo contador de histórias", diz o filho.

Em casa, assiste a canais fechados como "Discovery" ou "History Channel". Na rua, um dos seus programas preferidos é ir ao museu.

Botafoguense de coração, Crivella costumava levar o filho ao estádio para ver o time. Ultimamente, é Marcelinho que atualiza o pai sobre futebol. "Ele não tem mais tempo de ir para o estádio, é impossível. Eu vou, torço por ele, mando mensagem pelo WhatsApp, e ele se sente parte da bagunça."

Erbs Jr/Frame/Estadão Conteúdo
Crivella chega para votar, em 2014, ao lado da mulher, Sylvia Jane, e de dois dos três filhos, Rachel e Marcelo

Sereia em mares bravios

O ano era 1974. A adolescente Sylvia Jane Hodge morava no Leblon, zona sul do Rio. Crivella, no bairro vizinho, a Gávea. A história do casal foi recontada em rede nacional há dois anos, no programa "The Love School" (A Escola do Amor), da TV Record, apresentado pela prima do senador, Cristiane Cardoso, a primogênita de Edir Macedo.

"Foram dois anos de paquera e quatro de namoro até o casamento, em 1980", contou Sylvia, apresentada no programa como "dona de casa e escritora" --ela é formada em letras pela PUC-Rio. Ao contar como conheceu a mulher, Crivella disse lembrar "perfeitamente" a roupa que ela usava.

"Era uma calça de veludo azul e uma camisa quadriculada com um tom mais amarelo. Cabelo no meio das costas. O coração veio na boca. Me veio uma certeza que era uma pessoa com a qual eu passaria o resto da vida", relatou.

Arquivo pessoal
Marcelo Crivella posa para foto ao lado da então namorada, Sylvia Jane

Muito tímida na época, Sylvia conta que era uma garota alta para a sua idade, cheia de espinhas no rosto. "Ele era um surfista, todo torneado. Eu não me achava à altura dele". Crivella insistiu e o flerte evoluiu, até que ele deu um beijo nela de surpresa, logo correspondido.

A escritora, que também é evangélica, diz que tinha afã em ter filhos. "Eu casei para ser mãe, nunca fiz nenhum controle de natalidade", afirma. Dois anos após a cerimônia, nasceu Deborah, que é arquiteta e hoje mora nos Estados Unidos. Três anos depois, veio Marcelo. Com o mesmo intervalo, chegou Rachel, que trabalha como diretora de TV. Os dois mais novos moram no Rio.

"Eu nunca vi meu pai falando mal da minha mãe e nem minha mãe falando mal do meu pai", diz Marcelo, o filho. Sua mulher, Maressa Arevalo, diz ver os sogros como exemplo a ser seguido. "Mesmo depois de tantos anos de casamento, toda vez que eles saem para caminhar, caminham de mãos dadas".

Crivella não poupa elogios à mulher. "A minha esposa é um prêmio que eu recebi de Deus. Serena, tranquila. Nos momentos que eu perco o temperamento, é com ela que eu vou me acalmar. Na vida, nós homens, sofremos muitas provações, muitas tentações. Nos mares bravios, na hora que eu estava meio que perdido, era ela que lançava aquela boia e me trazia para o porto seguro."

Ela, por sua vez, diz que tinha que entender que o marido estava à frente de uma missão que tinha que dar certo. "E é claro que quando alguma coisa dava errado, quem levava a culpa era eu. No final, deu certo."

Arquivo pessoal
Marcelo Crivella e Sylvia Jane se casaram em 1980

"A gente vive muitas tensões, angústias, aflições. Normalmente as pessoas se aliviam nas drogas ou no sexo. Se não há um casamento em que essas coisas são bem compreendidas e as armadilhas evitadas, nós acabamos tendo momentos difíceis [...] Quando o marido volta para casa, ele precisa encontrar a paz", complementa Crivella. "Eu fico imaginando as cargas que ele recebe durante o dia. Então, quando chega em casa, eu não posso trazer mais problemas para ele", responde a mulher.

Uma dos principais motivos de atritos entre o casal é a insistência do marido para que ela o acompanhe nos exercícios. Como Crivella adora correr e fazer ginástica, vai todo dia de manhã. "Mais preguiçosa", ela atribuiu a disciplina dele à herança militar. "Eu quero levar ela para andar de qualquer jeito, porque a gente vai chegando a uma determinada idade e a precisa fazer isso", diz Crivella.

Ainda sobra tempo no programa para um gracejo do senador: "vou contar um segredo para vocês. Eu só fui convidado para ser ministro da Pesca porque era casado com uma sereia", brinca. "Eu falo com ele. É melhor você tirar essa onda de sereia agora enquanto eu não virar uma baleia", rebate Sylvia.

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