Tanto Marcelo Crivella (PRB) quanto Marcelo Freixo (PSOL), candidatos a prefeito do Rio de Janeiro, fizeram apelos para os eleitores que pretendem votar branco ou nulo no último dia do horário eleitoral gratuito na TV, nesta sexta-feira (28).

"Ninguém ganhou a eleição do primeiro turno", afirmou o programa de Freixo ao citar os 38,1% total de votos brancos, nulos e abstenções registrados no primeiro turno. Crivella também usou o mesmo argumento. "Não vote em branco, vote pelo Rio", afirmou seu programa.

No restante do programa, o senador apostou em depoimentos de aliados, como o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC). É a primeira vez que o concorrente derrotado no primeiro turno aparece no programa de Crivella. Até então, ele vinha dizendo que votaria no senador, mas que não declararia apoio. Já Freixo defendeu-se de boatos a respeito de uma foto na qual ele aparece ao lado de ex-presidiários.

Também na TV, a campanha de Crivella havia mostrado a imagem como forma de ataque ao adversário, insinuando que ele poderia ter vínculo com traficantes de drogas. O material em questão remete a um evento do AfroReggae, e Freixo aparece ao lado do coordenador da ONG, José Júnior, e de ex-traficantes.

Além de Bolsonaro, que pediu que os eleitores votassem em Crivella, o programa apresentou depoimentos de aliados como o deputado federal Indio da Costa (PSD-RJ) --"a proposta com o senador Crivella é a mais parecida com a que eu apresentei na campanha", justificou--, o deputado estadual Carlos Roberto Osorio (PSDB) e sua candidata a vice, Aspásia Camargo (PV), e o deputado Wagner Montes (PRB). Listou ainda promessas para a educação, segurança pública, mobilidade urbana.

No programa exibido à noite, o senador Romário (PSB) também defendeu Crivella e usou parte do bordão da campanha. "Vote no Crivella para prefeito, afinal chegou a hora de cuidar das pessoas", afirmou.

Crivella bate na tecla do "radicalismo"

O programa de Crivella começou mostrando dados de pesquisas do Ibope, Instituto Paraná e Datafolha, que mostram o senador na liderança isolada nas intenções de voto. Mostrou ainda imagens de apoiadores no comício realizado na Cinelândia, no centro do Rio, na tarde desta quinta-feira (27).

Apesar de não citar diretamente o adversário, fez menções indiretas a críticas já feitas por ele a Freixo. "O bem-estar das pessoas deve estar acima dos partidos e da política, não pode estar à mercê do radicalismo", declarou o candidato, que adotou ainda um discurso de conciliação. "Chegou a hora de deixar de lado as desavenças e cuidar das pessoas", afirmou, reproduzindo parte do slogan de sua campanha.

"Acredito na liberdade de expressão com responsabilidade, sem ódios", despediu-se Crivella, que encerrou o programa declamando um poema repleto de rimas sobre seus sonhos para a cidade e sendo abraçado por crianças em um gramado.

Foto com ex-traficantes

Freixo explicou que foi convidado para ir ao evento onde tirou a foto citada, e que os ex-presidiários estavam "iniciando uma nova vida" depois de cumprirem pena por tráfico de drogas. "Eram ex-detentos que estavam assinando pela primeira vez a carteira de trabalho", explicou.

Freixo disse ainda que Crivella havia transformado um fato positivo em "calúnia". Ele lembrou o período no qual foi presidente da CPI das Milícias e da CPI do Tráfico de Armas, ambas na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

"Fiz muito mais contra o crime do que você, Crivella, e todos os seus aliados juntos."

As demais inserções exibidas no horário eleitoral vespertino desta sexta-feira (28) foram as mesmas dos últimos dias.