Claudio promete Wi-Fi em ônibus; Wagner quer passe livre para estudantes

Renato Sousa

Colaboração para o UOL, em Fortaleza

  • Arte UOL

    Roberto Claudio (PDT), à esq., e Capitão Wagner (PR) disputam 2º turno em Fortaleza

    Roberto Claudio (PDT), à esq., e Capitão Wagner (PR) disputam 2º turno em Fortaleza

Mobilidade urbana é uma das principais preocupações dos eleitores de Fortaleza. Segundo pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal "O Povo" em agosto, o trânsito fica atrás apenas da saúde como setor mais mal avaliado entre os cidadãos.

Por conta disso, virou tema na disputa pela prefeitura entre o candidato à reeleição, Roberto Claudio (PDT), e o deputado estadual Capitão Wagner (PR).

Claudio, que lidera as pesquisas, diz que, se reeleito, até 2020 toda a frota de ônibus da cidade passará a contar com internet Wi-Fi e ar condicionado. Atualmente, segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus-CE), 20% da frota conta com tais comodidades.

Segundo o prefeito, é possível fazer isso sem mexer no preço da passagem porque há um acordo com as empresas concessionárias de transporte coletivo para que os veículos sejam trocados a cada quatro anos. Os antigos, conforme atinjam essa marca, seriam substituídos por novos, já com as melhorias. "O custo para a prefeitura nisso é zero", diz. O Sindiônibus, por nota, disse que não comentaria propostas dos candidatos.

De acordo com o trabalhista, as ações de mobilidade urbana foram as mais elogiadas de sua primeira gestão. Ao longo dos últimos quatro anos, foram implantados --segundo seu site de campanha-- 80 km de corredores e faixas exclusivas para ônibus e 150 km de ciclovias e ciclofaixas, que devem ser ampliados em um eventual segundo mandato.

Já Wagner promete implementar em Fortaleza o passe livre para estudantes. Ele diz que é possível fazê-lo sem aumentar o preço da passagem para os outros usuários. "Com a economia básica no gabinete do prefeito, que hoje tem um recurso da ordem de R$ 180 milhões, a gente pode implementar o passe livre sem levar essa despesa para os outros passageiros ou para as empresas", explica. Segundo estudos de sua campanha, seriam necessários R$ 60 milhões para implementar a medida.

O atual prefeito ironiza a ideia. "Microfone, em época de campanha, aceita qualquer coisa", criticou. De acordo com ele, a própria gestão fez o cálculo e, no segundo ano de passe livre estudantil, com o aumento da procura, o custo chegaria a R$ 120 milhões. "Com R$ 100 milhões, eu custeio dois hospitais."

Uber

Claudio e Wagner ainda discordam sobre aplicativos como o Uber. De acordo com Claudio, autorizar ou não o serviço é de alçada federal. "O meu papel enquanto prefeito não é interpretar a lei, é cumpri-la", afirma.

Wagner, por sua vez, apoia a regulamentação. "Acho que essa falta de regra gera prejuízos para os taxistas, para o Uber e para a sociedade", disse em entrevista. 

Para ele, a definição de regras nos moldes do que ocorreu em São Paulo seria capaz de "pacificar os ânimos" entre as categorias. Já Roberto Claudio afirma que, em municípios onde o Uber foi legalizado pela prefeitura, a autorização foi alvo de questionamentos na Justiça. Ele prefere aguardar o desenrolar do tema no Congresso Nacional. Em programa de TV, Wagner acusou o prefeito de ficar "em cima do muro até passarem as eleições, para não desagradar nenhum dos lados".

O Sindicatos dos Taxistas do Ceará é contra a proposta. O presidente da entidade, Vicente de Paula, corrobora a tese do prefeito e afirma que apenas legislação federal pode autorizar o funcionamento do aplicativo. E ele avisa que irá militar contra tal lei. "O Uber está destruindo uma categoria regulamentada por lei", diz.

Claudio e Wagner disputam o segundo turno após deixarem outros sete candidatos para trás. O prefeito terminou a disputa em primeiro colocado, com 40,5% dos votos válidos, enquanto Wagner conquistou 31,5%. 

No segundo turno, segundo pesquisa Ibope, o trabalhista ampliou a vantagem e tem 51% das intenções dos votos contra 38% do reservista da PM. No primeiro turno, Claudio ficou com 40,81% e Wagner com 31,15% dos votos válidos.

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