Questionado sobre virtude de Crivella, Freixo repete Hillary: "bom pai"

Do UOL, no Rio

  • Alexandre Brum/Agência O Dia/Estadão Conteúdo/Drew Angerer/Getty Images/AFP

    O candidato a prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL) e a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Hilarry Clinton

    O candidato a prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL) e a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Hilarry Clinton

Envolvido em uma troca de ataques com o adversário no segundo turno para a Prefeitura do Rio de Janeiro, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) foi instado a citar uma virtude do senador Marcelo Crivella (PRB) em entrevista nesta segunda-feira (24). Em sua resposta, Freixo repetiu a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, que ouviu o mesmo questionamento sobre o oponente, o republicano Donald Trump, ao fim de um debate, no último dia 9. "É um bom pai", limitou-se a dizer o deputado estadual.

O elogio a Crivella ocorreu no final da sabatina realizada ao vivo no "RJTV", telejornal da "Rede Globo", no início da noite. A jornalista Ana Luíza Guimarães, que conduziu a entrevista, anunciou que faria a mesma pergunta a Crivella na terça-feira (25), para quando está prevista a participação do candidato do PRB no programa. O senador tem três filhos.

Nos Estados Unidos, a última pergunta do segundo debate presidencial foi feita por um eleitor indeciso: "poderiam dizer algo que admiram no outro?". Após gargalhadas da plateia, Hillary disse respeitar os filhos do adversário. "São muito capazes e dedicados. Isso diz muito sobre Donald", declarou.

Trump, por sua vez, elogiou a rival dizendo que a democrata "não desiste, não se rende. É uma lutadora". "Não concordo com as causas que ela defende, não estou de acordo com suas decisões, mas ela é uma lutadora", disse o republicano.

Questionada, a assessoria de Freixo afirmou que a semelhança entre as respostas não foi proposital.

John Locher/ AP
Donald Trump e Hillary Clinton falam durante o segundo debate presidencial, nos Estados Unidos

Agressão a fotógrafo

Durante a entrevista desta noite, Freixo teve que responder a perguntas sobre o caso de agressão contra um fotógrafo, em julho de 2006, durante o enterro de seu irmão, Renato Freixo, que foi assassinado. O episódio, registrado pela imprensa na época, voltou a circular nas redes sociais nesta segunda.

"Sem dúvida alguma, há um erro. Mas é um erro de uma reação. Eu perdi um irmão brutalmente assassinado. Eu costumo não falar sobre isso, você sabe disso. Ele foi assassinado aos 34 anos, deixou duas filhas. E no momento do enterro do meu irmão você pode imaginar a dor da minha mãe e do meu pai enterrando um filho tão querido, né? Assassinado de forma tão brutal", disse Freixo, que negou ser violento.

"Eu tive uma conversa muito grande com todos os fotógrafos que estavam no enterro do meu irmão. Todos entenderam que havia um pedido da minha mãe, uma mulher que estava enterrando seu filho. Todos os fotógrafos, todos, compreenderam o pedido da minha mãe. [...] Esse rapaz, esse profissional, ele entrou na capela e fotografou o meu irmão no caixão", completou.

O caso foi registrado na polícia, mas não gerou uma ação penal. Ao registrar o sepultamento, o fotógrafo Bruno de Lima foi alvo de socos e chutes do candidato do PSOL, que viria a ser eleito deputado estadual pela primeira vez meses depois. Freixo disse ainda que o profissional já havia sido retirado do local anteriormente.

Freixo também afirmou que, apesar de ser apoiado no segundo turno pelo PT, não fez "qualquer aliança" com o partido, que, segundo ele, não indicará nenhum secretário de sua gestão caso seja eleito. "A gente não fez parte do governo do PT. O PSOL foi oposição ao governo da Dilma [...] O PT cometeu seus erros, que não foram poucos, foram muitos. Espero que façam autocrítica", declarou.

O candidato também negou apoiar os manifestantes conhecidos como black blocs ou qualquer ato violento. "A violência não é um método ou um instrumento válido. Os black blocs não têm nenhuma relação com o meu partido ou comigo", disse Freixo.

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