No Twitter, Paes chama Crivella de 'preconceituoso' e Freixo de 'radical'

Do UOL, em São Paulo

  • José Lucena - 2.out.2016/Futura Press/Estadão Conteúdo

    Paes ao lado de seu candidato, Pedro Paulo, que não foi para o 2º turno

    Paes ao lado de seu candidato, Pedro Paulo, que não foi para o 2º turno

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), atacou os dois candidatos à sua sucessão, Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL), em uma série de tweets publicados esta segunda (24). Para Paes, Crivella é "preconceituoso, cheio de desmentidos" e Freixo, "estreito e radical".

"Ouvindo o programa eleitoral aqui no rádio. Quanta besteira e conversa mole", publicou Paes ao iniciar uma série de 11 posts no Twitter criticando Crivella e Freixo. Segundo o prefeito, os dois "só acertam quando falam um do outro".

Para o prefeito, Crivella --líder nas pesquisas de intenção de voto-- "mente tanto que já nem sente". Paes afirmou que, ao contrário do que diz o candidato do PRB, os recursos para a saúde "só aumentaram" em seu governo, iniciado em 2008. 

No debate realizado pela RedeTV! em parceria com o UOL, a revista Veja e o Facebook no último dia 19, Crivella disse que Paes tirou R$ 1 bilhão da saúde. De acordo com a checagem feita pelo site Aos Fatos para o UOL, as diferenças entre o Orçamento inicial e o efetivamente pago --com restos a pagar-- à Secretaria Municipal de Saúde, entre 2012 e 2016, somam R$ 1,4 bilhão. Os números são da Rio Transparente, plataforma com os gastos da cidade.

Já sobre Freixo, Paes rebateu críticas feitas pelo candidato do PSOL à gestão do transporte público no governo do peemedebista. Segundo o prefeito, já existe transparência em relação aos contratos com empresas de ônibus e o acordo assinado com as concessionárias em 2010 não foi o último, mas o primeiro. Ao falar da saúde, Paes disse que Freixo "fala da zona oeste como quem está conhecendo agora."

Uma das propostas do programa de governo de Freixo é auditar os contratos de concessão dos ônibus. O candidato também defende a expansão da política de saúde da família.

O candidato de Paes nas eleições municipais foi o deputado federal Pedro Paulo (PMDB), que ficou em terceiro lugar. Braço direito do prefeito, Pedro Paulo foi secretário de coordenação de governo e teve o maior tempo de televisão durante o horário eleitoral, mas teve seu desempenho nas urnas afetado pelas denúncias de agressão à ex-mulher. Paes foi o principal fiador da candidatura de Pedro Paulo.

Sem papas na língua

Esta não é a primeira vez em que Paes dá declarações controversas. Em agosto, passou a circular na internet um vídeo em que Paes sugere a uma mulher, que acabara de ganhar um apartamento da prefeitura, que faça "muito sexo" no imóvel. Não é possível saber o local e a data das imagens. Pedro Paulo aparece no vídeo. A Câmara Municipal do Rio, os núcleos de Defesa dos Direitos da Mulher e Contra a Desigualdade Racial da Defensoria Pública e a Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) condenaram publicamente as falas do prefeito.

No começo de julho, a um mês dos Jogos Olímpicos do Rio, Paes disse em entrevista à emissora americana "CNN" que o governo do Estado vinha fazendo um trabalho horrível na segurança da cidade. O governador Luiz Fernando Pezão é do mesmo PMDB de Paes.

Em março, veio a público uma conversa de Paes com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na qual o prefeito diz ao petista para deixar de ter "alma de pobre" ao comprar "sitiozinho vagabundo" em Atibaia (SP). O diálogo foi divulgado após o juiz Sérgio Moro suspender o sigilo sobre uma série de conversas telefônicas de Lula. Logo em seguida, Paes pediu desculpas pelas declarações e disse ter feito comentários de mau gosto.

Paes deixa o cargo no fim do ano e deve passar um ano nos Estados Unidos dando aulas na Universidade de Columbia, em Nova York. Ele já manifestou intenção de concorrer ao governo do Rio nas eleições de 2018.

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