Terceiro debate em BH é marcado por ataques entre Kalil e Leite

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

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    João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS) mantêm acusações

    João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS) mantêm acusações

Os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS), fizeram na noite deste domingo (23), na TV Record, o terceiro debate do segundo turno, repetindo a tensão e o nervosismo dos encontros anteriores.

Desde a divulgação dos números da mais recente pesquisa de intenção de voto do Ibope, semana passada, revelando empate técnico, com Kalil com 41% e Leite, 35%, as acusações têm dado o tom dos encontros. No primeiro turno, João Leite chegou à frente, com 33,4% dos votos, contra 26,5% de Kalil.

Kalil chegou a afirmar, com relação aos próximos debates, que iria "repensar [sua participação] porque eles [os debates] não têm ética". Estão marcados mais dois encontros de Kalil e Leite antes do pleito: na terça-feira (25), pelo SBT, e na sexta (28), pela TV Globo.

O candidato do PHS questionou como Leite faria para colocar na prefeitura o "penduricalho político" dos mais de dez partidos que o apoiam. O tucano retrucou, dizendo que Kalil se diz novo político, mas, em 2008 e 2012, fez parte de ampla aliança para eleger o prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB).

Kalil, então, disse que Leite não consegue firmar compromisso com a população de enxugar a máquina pública. Ao que o tucano respondeu: "Essa máquina montada te deu R$ 50 milhões, Kalil. Você mamou nessa máquina montada".

Leite também voltou a insistir nas histórias de ex-empregados das empresas de Kalil que teriam sido lesados pelo empresário.

O candidato do PHS ainda citou nomes de assassinos e estupradores condenados que teriam escrito cartas de agradecimento para João Leite, após terem recebido ajuda do tucano na prisão. Segundo Kalil, o tucano teria protegido criminosos.

Leite, que é deputado estadual, disse que, como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (cargo que ocupou até 2009), tinha a obrigação de verificar as condições das prisões e presídios do Estado.

"Eu não defendo nenhum bandido, eu não estou te defendendo e você está condenado", afirmou o tucano. Nesta segunda-feira (24), a assessoria de Leite disse que ele vai entrar com uma ação na Justiça Eleitoral "por mais esta mentira" de Kalil. 

No debate, Leite ainda acusou Kalil de ter copiado seu plano de governo, e voltou a afirmar que as empresas do candidato do PHS devem R$ 140 milhões de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) dos empregados.

Kalil respondeu que aquilo era mentira. "Isso é barbaridade, é criminoso o que ele vem fazendo. É isso, pegar gente de bem e querer desmoralizar. Ele está desestabilizado pelas pesquisas, ele está alucinado pelas pesquisas. Eu sinto muito, minha empresa não tem tamanho para dever R$ 140 milhões. Vamos parar de brincar e de mentir", disse Kalil.

Kalil disse ainda que experimenta "dificuldades como qualquer empresário" e afirmou que uma empresa do "tamanho" da sua "não teria como dever R$ 140 milhões". "É mentira. Fizeram uma devassa nas minhas empresas. Você está desestabilizado por causa das pesquisas", afirmou Kalil.

O candidato do PHS disse ainda que Leite não tinha experiência administrativa. "Nunca tocou nem loja de vitamina na vida. Só botou calção e gravata. Se essa agressividade fosse contra o Nunes, não tinha tomado aquela bola que passou assim, pouquinho."

Leite retrucou, dizendo que seus feitos não foram esquecidos. "Você quer desmoralizar a minha carreira, mas ela é digna no time, respeitada por muitos."

Kalil ainda indagou de Leite sobre atacá-lo somente para chegar ao poder. "Eu sei que você não tem ódio de mim. Eu nunca te fiz nada. O que você está fazendo é vontade de poder, é ordem de alguém, e gostaria de saber de onde vem esse negócio tão baixo."

Leite respondeu: "é verdade que eu sempre tive muita admiração por você, mas agora eu te conheço, não dá mais para ter admiração por você. Eu sou a voz dos trabalhadores que você maltratou. E você está condenado porque colocou no bolso dinheiro do trabalhador".

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