Comitê de Marchezan é alvo de dois ataques a tiros em Porto Alegre

Flávio Ilha

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

O comitê central do candidato Nelson Marchezan Junior (PSDB), que disputa a Prefeitura de Porto Alegre, foi alvejado por uma série de tiros na madrugada desta segunda-feira (17). Segundo a BM (Brigada Militar), que atendeu a ocorrência, foram efetuados entre 10 e 15 disparos contra as vidraças do prédio, localizado no bairro Azenha. Ninguém se feriu.

De acordo com a corporação, foram dois ataques seguidos: o primeiro por volta de meia-noite; o segundo, a 1h30. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso. 

Várias vidraças do comitê, que fica no segundo andar de um prédio na esquina de uma das mais movimentadas avenidas de Porto Alegre, foram quebradas.

No segundo ataque, quatro assessores avaliavam os estragos dos primeiros disparos na sede de campanha.

O candidato postou um vídeo com um dos ataques no seu twitter. 

Os tiros, ainda segundo a BM, foram disparados pelos ocupantes de um Ford Focus de cor prata com placa da cidade de Ijuí. A suspeita é de que a placa seja clonada.

O comitê fica a uma quadra da sede da Polícia Federal e a duas quadras do Palácio da Polícia, sede da polícia estadual.

Marchezan havia saído do comitê poucos minutos antes do primeiro ataque, segundo informações transmitidas pela assessoria de imprensa do candidato.

Em um vídeo postado pela manhã nas redes sociais, Marchezan classificou o ataque como uma "tentativa de homicídio" devido à presença de quatro assessores no local durante a segunda ocorrência.

"A gente imagina que foi algo preparado sim, porque o segundo ataque ocorreu quando as pessoas já estavam no comitê. Os tiros foram em direção às pessoas que estavam protegidas apenas por uma parede de vidro. É uma tentativa de homicídio", disse o candidato.

Em nota, o PSDB diz que "espera providências da Justiça Eleitoral, do Ministério da Justiça e das forças policiais, que estão investigando o caso".

"É inaceitável esse tipo de violência contra um candidato que, democraticamente, foi escolhido pelos eleitores de Porto Alegre para disputar o segundo turno das eleições municipais", diz o texto.

Acusação de comitê clandestino

Os ataques ocorreram um dia após o juiz da 113ª Zona Eleitoral de Porto Alegre expedir ordem de constatação e verificação de um suposto comitê clandestino do candidato Sebastião Melo (PMDB).

A determinação partiu de uma denúncia protocolada pela coligação de Marchezan.

Segundo a denúncia, no local há constante movimentação de cabos eleitorais, coordenadores de campanha, veículos e materiais de propaganda sem qualquer declaração à Justiça Eleitoral.

Em vídeo que acompanha a denúncia, servidores da prefeitura (Melo é vice-prefeito de Porto Alegre) aparecem trabalhando no local em horário de expediente.

O PMDB justificou que a sede pertence ao partido há mais de 30 anos e acusou a coligação de Marchezan de invadir o local, com uma advogada e um fotógrafo, para registrar imagens de maneira "sórdida, truculenta, antidemocrática e ilegal".

Em nota, o partido afirmou que "os atos abusivos e truculentos de responsabilidade da candidatura de Nelson Marchezan Júnior remontam a um obscuro período em que o Brasil viveu sob um regime de exceção".

 

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