Segurança e troca de farpas marcam o 1º debate do 2º turno em Porto Alegre

Flávio Ilha

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

  • Rebecca Rosa/BandRS

    Nelson Marchezan Jr. (PSDB, à esq) e Sebastião Melo (PMDB) no debate da Band nesta sexta-feira (7)

    Nelson Marchezan Jr. (PSDB, à esq) e Sebastião Melo (PMDB) no debate da Band nesta sexta-feira (7)

O primeiro debate do segundo turno das eleições em Porto Alegre (RS), realizado pela Band nesta sexta-feira (7), teve a predominância do tema segurança pública e de muitos ataques entre os candidatos Nelson Marchezan (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB),

No primeiro turno, Marchezan teve, no primeiro turno, 213.646 votos (29,84% dos votos válidos); Melo ficou em segundo, com 185.655 votos (25,93%).

O clima ficou quente desde o primeiro embate. O tucano repetiu à exaustão que representava o novo, o diferente, mas foi acusado pelo adversário de apoiar a atual prefeitura até 2015, quando o PSDB rompeu a aliança. Sebastião Melo (PMDB), atual vice-prefeito da capital gaúcha, por sua vez, apostou no slogan de campanha "Mudança com Segurança" em suas primeiras respostas, mas teve de escutar várias vezes que era um vice-prefeito de uma administração mal avaliada.

Assista à íntegra do primeiro bloco

Troca de farpas

Ainda no primeiro bloco, em que responderam a perguntas de jornalistas da emissora, os candidatos trocaram farpas e esqueceram das propostas. Marchezan, que teve um pedido de resposta negado, disse que as finanças da atual prefeitura estão descontroladas, citou prejuízos milionários em empresas públicas estratégicas e insinuou que os salários dos servidores podem atrasar já a partir do mês que vem.

"Alguém está lucrando com esse prejuízo. Alguns fornecedores estão sem receber desde abril", disse o tucano, que admitiu que pode privatizar a companhia municipal Carris, que detém parte das melhores linhas de ônibus de Porto Alegre. A empresa teve prejuízo de R$ 50 milhões em 2014, que estaria afetando seu desempenho até agora.

Melo respondeu atribuindo o prejuízo da Carris à adoção da segunda passagem, que permite ao usuário embarcar gratuitamente em outra viagem até 30 minutos depois do primeiro trajeto. "O Marchezan quer tirar a segunda passagem de mais de 1 milhão de trabalhadores que usam o benefício todos os meses."

Na sequência, o peemedebista emendou outro ataque, afirmando que Marchezan "persegue funcionários públicos". "O senhor não gosta de servidor, fala mal de servidor", disse Melo, em referência a uma declaração do tucano, que é deputado federal, na Câmara dos Deputados - no dia 9 de agosto, chamou servidores públicos de "vagabundos". O tucano reagiu: "Pare de me agredir, seja educado e tenha respeito com os telespectadores. Fale da pauta."

Assista à íntegra do segundo bloco

Segurança domina as discussões

No segundo e terceiro blocos, com perguntas livres entre os candidatos, a quantidade de ataques aumentou. A questão da segurança pública dominou as discussões.

Marchezan sugeriu que Melo pedisse "desculpas" à população por não sanar o problema, embora não tenha mencionado qual seria a responsabilidade do adversário sobre o tema - a segurança pública é da alçada do governo do Estado. "Temos quatro vezes mais homicídios que em São Paulo e duas vezes mais que no Rio. O senhor deveria pedir desculpas pelas vidas que não consegui salvar."

Melo respondeu com uma provocação: "O senhor vem a Porto Alegre só de quatro em quatro anos, só quando tem eleição. Aliás, no temporal [em 29 de janeiro, que arrasou vários parques e bairros de Porto Alegre] não o vi aqui, quando a cidade estava pegando fogo. Não sei se estava em Atlântida [balneário gaúcho]  ou em Brasília".

Quando sobrou tempo para as propostas, o tucano prometeu integrar "trabalho e esforços" esforços entre Polícia Civil, Brigada Militar, EPTC (empresa que administra o trânsito) e Secretaria Estadual de Segurança para otimizar a utilização de equipamentos de vigilância.

Melo insistiu na promessa de aumentar a vigilância por câmeras de vídeo em toda a cidade, embora não tenha detalhado como pretende implantar a medida. Ele chama o projeto de "cercamento eletrônico da cidade", com mais câmeras nos principais parques municipais e entradas e saídas da cidade. 

Assista à íntegra do terceiro bloco

Saúde

Sebastião Melo abordou o tema da saúde afirmando, de forma vaga, que vai ampliar mutirões para a saúde e prometeu convocar as universidades para que auxiliem no atendimento à população. 

Marchezan rebateu dizendo que vai concluir a informatização do sistema de saúde e implantar o serviço de Telesaúde. "Em Viamão, em Pelotas, em Alegrete as pessoas marcam consultas por telefone. Há oito anos se fala nisso em Porto Alegre." Outra proposta é a de manter oito postos de saúde da cidade abertos até as 22h.  

No quarto bloco, onde oito perguntas foram feitas por telespectadores pelo Twitter, os candidatos responderam sobre temas variados, que foram desde moradores de rua até os projetos que tentam regulamentar aplicativos de transporte. Aqui também predominou a troca de farpas em um momento de resgate do tema segurança pública, em especial a respeito de protocolos de cooperação entre as forças de segurança municipal e estadual.

Para Melo, o sistema funciona de forma integrada desde 2014. Marchezan, contudo, afirmou que não há cooperação e prometeu buscar recursos em Brasília para permitir que as forças de segurança trabalhem de forma conjunta. 

Assista à íntegra do quarto bloco

Assista à íntegra do quinto bloco

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