Embu: investigado por elo com o PCC acaba com hegemonia petista de 16 anos

Rodrigo Bertolotto

Do UOL, em São Paulo

  • Assessoria de Comunicação

    Ney Santos (PRB) foi eleito prefeito de Embu das Artes, na Grande São Paulo. O político já foi investigado por envolvimento com a facção criminosa PCC

    Ney Santos (PRB) foi eleito prefeito de Embu das Artes, na Grande São Paulo. O político já foi investigado por envolvimento com a facção criminosa PCC

Desde 2001, o PT domina a prefeitura de Embu das Artes, na Grande São Paulo. A hegemonia petista no município de 240 mil habitantes foi interrompida por um político que passou parte desse tempo preso em flagrante acusado de roubar malotes de uma empresa de valores. Detido entre 2003 e 2006, Ney Santos já foi investigado por envolvimento com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Em coligação com o PMDB e PSDB, Ney Santos (PRB) venceu com 79,4% dos votos válidos no último domingo (2). A vitória estrondosa deveu-se também à impugnação do candidato petista Geraldo Cruz, prefeito entre 2001 e 2009. Ele recebeu 35.697 votos, mas não foram validados, afinal, o político foi punido por uso indevido de meio de comunicação . Santos também teve a candidatura impugnada, mas entrou com recurso e ganhou uma semana antes da votação. A acusação era de compra de votos na eleição de 2012, quando se elegeu para vereador na mesma cidade.

Em 2010, Santos era candidato a deputado federal pelo PSC quando foi investigado pela Polícia Civil, que suspeitava que usava 15 postos de combustível, uma ONG e uma empresa para lavar dinheiro do crime organizado e financiar sua campanha. Segundo policiais, Santos era conhecido como Nei Gordo no submundo do crime. Absolvido em segunda instância em 2006, ele acumulou patrimônio após a soltura, o que provocou suspeita das autoridades.

Só na campanha de 2016, Santos arrecadou mais de R$ 1 milhão, quase cinco vezes mais que seu rival petista. Há ainda ações contra o prefeito eleito tramitando na Justiça Eleitoral, e daqui até a posse pode haver decisão contrária a ele. O UOL entrou em contato com o gabinete de campanha de Santos, que argumentou que as acusações contra ele não foram provadas e são ataques dos adversários políticos.

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