Freixo e Crivella celebram "fim do domínio" do PMDB no Rio

Do UOL, do Rio de Janeiro

  • Wilton Junior/Estadão Conteúdo

    De acordo com Crivella, os eleitores do Rio reprovaram o PMDB

    De acordo com Crivella, os eleitores do Rio reprovaram o PMDB

Uma coisa conseguiu unir os dois candidatos que disputarão o segundo turno na cidade do Rio de Janeiro: a celebração da derrota do PMDB na capital fluminense. Tanto o senador Marcelo Crivella (PRB) quanto o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) exaltaram o que chamaram de fim do domínio do partido, que comandava a administração municipal desde 2009.

Os dois foram os mais votados no pleito deste domingo (2). Crivella terminou o primeiro turno com 27,8% dos votos válidos, seguido por Freixo, que obteve 18,37%. Pedro Paulo (PMDB), candidato do atual prefeito Eduardo Paes (PMDB), terminou em terceiro com 16,1%.

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Crivella disse que um ponto positivo do resultado foi não permitir que o PMDB avançasse para o segundo turno. "Acho que o PMDB ficar de fora é algo extremamente importante para a política. É uma coisa redentora, didática. Isso traz esperança para todos os políticos. É algo que não se esperava. É algo extraordinário. Acho que eu e o Freixo contribuímos muito para o aperfeiçoamento da vida política do nosso Estado e da nossa cidade", afirmou, em entrevista coletiva após a divulgação no resultado.

De acordo com Crivella, os eleitores do Rio reprovaram o PMDB, mesmo com o tempo maior que o partido teve na campanha de rádio e TV e no número de partidos na coligação. "As pessoas estavam, eu diria, frustradas, desalentadas com a administração do PMDB e com os sucessivos escândalos que ocupavam o noticiário."

PMDB é um partido golpista, diz Freixo

Marco Antonio Teixeira/UOL
Freixo disse que "vitória sobre o PMDB na cidade é a vitória da democracia"

Logo após ter a confirmação de que tinha passado ao segundo turno, Freixo discursou para militantes afirmando que a "vitória sobre o PMDB na cidade é a vitória da democracia, já que o PMDB é um partido golpista".

Ele saudou a queda do partido do atual prefeito dizendo que nem a "força administrativa da prefeitura e do governo do Estado e nem o tempo muito maior no rádio e na televisão conseguiram mascarar a fragilidade da candidatura e do modo de governar peemedebistas".

"Esta cidade não aguentava mais tratar a favela através da opressão e do medo, da morte, do silêncio e da invisibilidade. Nós chegamos ao segundo turno não foi para ganhar uma eleição. Foi para mudar a história do Rio de Janeiro. Para aprofundar a democracia, criar os conselhos de bairro, para valorizar o servidor público, para fazer com que a saúde olhe para a vida de quem mais precisa. Dignidade não pode ter CEP na cidade do Rio de Janeiro", disse o candidato do PSOL.

Menos entusiasmado e exaltado, Freixo conversou com os jornalistas após o discurso aos militantes. Comedido, afirmou que, se eleito, vai procurar o presidente Michel Temer (PMDB), "com quem tenho diferenças políticas, para manter uma relação institucional".

Perguntado sobre o fato de ter falado, no discurso, sobre a "felicidade de ter o PMDB golpista fora da prefeitura" --e se isso não poderia azedar a relação com Temer--, o candidato do PSOL limitou-se a repetir que procuraria manter uma relação institucional com o presidente da República.

"Qualquer um que ganhe a eleição, tem que agir como prefeito. Eu tenho a minha opinião sobre o governo Michel Temer, mas o prefeito do Rio de Janeiro tem que defender aquilo que é direito da cidade. Vamos conversar com qualquer governo, seja estadual ou federal. É uma relação institucional e assim será feito", disse Freixo. 

A reportagem do UOL tentou falar com os diretórios estadual e municipal do PMDB na noite deste domingo, mas nenhum dirigente atendeu as ligações. Mais cedo, após a confirmação de sua derrota, Pedro Paulo deu a entender que o partido deverá ficar neutro em relação ao segundo turno, já que há "extrema incompatibilidade as duas candidaturas que foram para o segundo turno. Ficou claro que defendem o diferente do que fizemos por essa cidade nesta administração." (Com Agência Brasil)

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