De careta para pastel a cópia de slogan: dez momentos da campanha de Doria

Do UOL, em São Paulo

  • Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

Na campanha eleitoral mais rápida dos últimos anos, onde o tempo oficial foi encurtado de três meses para pouco mais de um mês e meio, João Doria Júnior (PSDB) foi eleito no primeiro turno perfeito de São Paulo, maior cidade do país. 

Lembre quais foram as polêmicas de Doria do início da campanha até a vitória:

Sem flashes na hora do lanche

Jorge Araujo/Folhapress
Equipe de João Doria Jr. pediu para não ter candidato fotografado comendo pastel
 Em tempos quando todo mundo anda com um celular em mãos e pronto para um clique, João Doria não deu sorte e acabou saindo mal em algumas imagens no início da campanha. Fotografias do empresário fazendo careta ao comer pastel na rua e beber cafezinho viraram piada na internet. O assunto foi levado a sério por sua assessoria, que mandou mensagem aos jornalistas dizendo que não queria que Doria fosse fotografado enquanto comia.

Fim das secretarias de minorias

Reprodução
"Não vamos mudar as políticas [desses setores]. Só não teremos mais secretarias", explicou
Uma das promessas eleitorais de João Doria foi acabar com as secretarias municipais voltadas a mulheres, negros e pessoas com deficiência. A fala gerou polêmica, mas o empresário afirmou que reduziria de 27 para 20 as pastas para cortar gastos da administração. Segundo Doria, a ideia é agrupar em coordenações o que antes eram secretarias e ligá-las diretamente ao gabinete da Prefeitura. 

Derrota em Campos do Jordão

Thinkstock
Doria teve de devolver terreno invadido por ele em Campos do Jordão (SP)
 O candidato do PSDB sofreu uma derrota na Justiça durante a campanha e jornalistas e oponentes questionaram o assunto. A Justiça determinou que Doria devolvesse para a prefeitura de Campos do Jordão, no interior paulista, uma viela sanitária de 365m² que havia sido incorporada ao terreno dele. A incorporação aconteceu há 20 anos, após Doria fazer, segundo o advogado, um acordo com a prefeitura no qual ele doaria um gerador para a cidade. Doria diz que pagou a instalação. Mas o acordo não foi homologado pela Câmara Municipal de Campos e passou a ser questionado pelo Ministério Público.

E a lei de zoneamento?

Marcus Leoni/Folhapress
Escritório político de João Doria, localizado em zona residencial de São Paulo
O escritório político de João Doria desrespeita a Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo por ter sido instalado em uma área exclusivamente residencial, no Jardim América, bairro nobre de São Paulo. O empresário é um dos fundadores e vice-presidente da AME Jardins, associação de moradores do bairro que protagonizou embates com a gestão Haddad justamente por querer que o bairro fosse exclusivamente residencial.

Acelera São Paulo

Reprodução
Campanha de Doria teve slogan igual ao de projeto do Governo de SP, comandado pelo amigo Alckmin
O Ministério Público de São Paulo freou a campanha de Doria ao pedir a suspensão imediata do slogan "Acelera SP" que apareceu em propagandas do candidato. Acontece que o slogan é o mesmo usado em um programa de Geraldo Alckmin no governo estadual de São Paulo entre 2011 e 2012. 

Doria x Erundina: troca de farpas em debates

Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo
Doria teve momento quente em debate antes da eleição
Doria e a candidata Luiza Erundina (PSOL) não terminaram as eleições como grandes amigos. Ambos se desentenderam durante debates e o empresário disse que era moderno, diferente de Erundina. A candidata respondeu afirmando que Doria é tão antigo quanto qualquer outro político no país e que sua tática política deseduca os jovens. Em debate organizado pelo SBT, Folha de S. Paulo e UOL, Erundina também alfinetou dizendo que Doria "como empresário deve gostar muito de caviar".

Repasses de governos estaduais

Daniel Teixeira/ Estadão Conteúdo
Doria comemora vitória no primeiro turno ao lado de Alckmin
Outro ponto questionado na campanha foi o repasse de R$ 10,1 milhões de governos tucanos -entre 2010 e 2016- para empresas de Doria. Em dez Estados que tiveram governos do PSDB no período, quatro fizeram repasses: Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Segundo o advogado, a contratação das empresas do Grupo Doria por governos de colegas de partido é legal e cumpre todos os requisitos previstos em lei. 

Não sou político

Nelson Antoine/AP
Bordão de Doria foi alvo de polêmica durante campanha
Pensando na campanha de João Doria, você pode já lembrar do jingle de "O João Trabalhador" e da frase que o candidato fez questão de repetir: "Não sou político, sou empresário"." Outro bordão que poderia estar na sua cabeça era a "Pergunta lá", mas foi barrado pelo Tribunal Regional Eleitoral. O empresário usou a frase em seus anúncios, mas o posto Ipiranga entrou com um pedido para que a frase não fosse usada, já que ela Remete às propagandas da empresa..

Briga de militantes

JB Neto/Folha Imagem
PSDB de São Paulo foi rachado com candidatura de Doria
Um dia antes das eleições um grupo formado por 60 militantes e membros de diretórios do PSDB criaram um manifesto contra João Doria. O evento foi articulado por lideranças da base tucana que ainda são ligados ao vereador Andrea Matarazzo (PSD), candidato a vice de Marta Suplicy (PMDB). Durante as prévias do PSDB no início do ano, militantes que apoiavam a indicação de Ricardo Tripoli brigaram com aqueles que apoiavam Doria, mostrando o início da discórdia no partido.

Mudança de trecho em carta sobre trabalho escravo

Reprodução
Doria alterou trecho de carta com compromissos contra trabalho escravo
João Doria Jr. até assinou, mas editou uma carta em que se compromete a atuar contra o trabalho escravo. O documento, emitido pela Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo aos candidatos de Rio e SP, continha um trecho em que o candidato tem que assegurar que vai renunciar caso não cumpra os compromissos. Na carta assinada por Doria, o trecho foi alterado e a palavra renúncia sumiu - o futuro prefeito apenas alega que cumprirá as regras. O órgão diz que não é comum candidatos alterarem uma parte. A justificativa do advogado de João Doria, Anderson Pomini, é de que o texto apresentava redação "ruim e ilegal"

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