Após Doria sugerir nome de Alckmin, Aécio defende prévias para 2018 no PSDB

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

Aécio Neves, senador por Minas Gerais e presidente nacional do PSDB, afirmou nesta segunda-feira (3), em Belo Horizonte, que vê com bons olhos a adoção de prévias no PSDB para a escolha do candidato a presidente da República em 2018. "A prévia é um belo caminho e pode revitalizar o partido", afirmou o mineiro.

O tucano lembrou que a adoção das prévias está prevista no estatuto do PSDB e pode ser solicitada por qualquer membro interessado na disputa.

"O candidato do PSDB [à presidência] será aquele que tiver mais condições de unificar a legenda em todo o país. Para vencer a eleição presidencial, é preciso que o partido esteja unido nacionalmente. Em todo o país", disse.

"Plano A é que Alckmin saia candidato pelo PSDB", diz vice-governador de SP

Embora ainda faltem dois anos para a corrida eleitoral pela presidência do Brasil, o tema é assunto recorrente no PSDB e voltou às manchetes neste fim de semana, com a vitória de João Doria na disputa pela prefeitura de São Paulo. Apadrinhado político de Geraldo Alckmin, o prefeito eleito agradeceu ao governador de São Paulo, já o lançou como pré-candidato à presidência e defendeu a realização de prévias no partido para decidir quem será o representante do PSDB em 2018.

"Vamos às prévias [para escolher o candidato tucano à Presidência em 2018], sim, para demonstrar o sentimento democrático do PSDB", afirmou Doria durante discurso da vitória no domingo (2). Ele chegou a erguer o braço de Alckmin, do seu lado direito no palanque, celebrando a candidatura do governador paulista. O discurso foi respondido pelo público presente com brados de "Brasil, para frente! Geraldo presidente!".

Nesta segunda, Aécio classificou de "extraordinária" a vitória de Doria à prefeitura de São Paulo e disse que a sua vitória beneficia o partido como um todo.

"Não temos a visão mesquinha dos interesses pessoais na política. Diferentemente do PT, o candidato que teremos em 2018 será quem mais unir o partido".

Além de Alckmin, que ganhou força para as prévias com a vitória de Doria, e do próprio Aécio, candidato em 2014 por aclamação e não por eleição interna do PSDB, o partido conta ainda com defensores do nome de José Serra, atual ministro das Relações Exteriores do governo de Michel Temer (PMDB), para a eleição de 2018.

"Coerência"

Aécio também voltou a afirmar que seu partido foi o grande vitorioso nas eleições. Os tucanos ganharam em 14 das maiores cidades do país, que são os municípios que têm mais de 200 mil habitantes (um grupo de 93 cidades do país), e vão disputar o segundo turno em 19 dessas cidades. 

"Podemos ocupar a prefeitura de 33 das 93 maiores cidades do país. Um terço das prefeituras numa eleição que teve a participação de mais de 30 partidos", contabilizou Aécio. Ele afirmou que, somadas todas as candidaturas de prefeitos e vereadores do PSDB, a legenda alcançou 17,612 milhões de votos, enquanto o PT chegou a 6,821 milhões de votos.

"A derrota do PT é tão explícita quanto a vitória do PSDB", valorizou. O tucano ainda afirmou que o PSDB vai administrar municípios que somam 37 milhões de brasileiros, enquanto o PT vai administrar somente 6 milhões. "Isso aconteceu em uma eleição em que houve rejeição a todos os partidos políticos. Representa a coerência do PSDB. Isso é o sinal de que o partido sai mais vigoroso do pleito e é fundamental para o governo Temer, sobretudo na questão da governabilidade".

Recado das urnas: blogueiros do UOL analisam o 1º turno

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos