Número de candidatos cresce 3% e 496 mil disputam o voto dos brasileiros

Do UOL, em Brasília

  • Tércio Teixeira/Futura Press

    Eleitores fazem fila para votar nas eleições de 2012, na avenida Brigadeiro Luis Antonio, em São Paulo

    Eleitores fazem fila para votar nas eleições de 2012, na avenida Brigadeiro Luis Antonio, em São Paulo

Neste domingo (2), mais de 144 milhões de eleitores devem ir às urnas para escolher os prefeitos e vereadores em 5.568 cidades brasileiras. Os eleitos vão governar até 2020.

São 16.564 candidatos a prefeito, ou quase três candidatos para cada vaga na chefia das prefeituras. Para vereador, concorrem 463 mil, ou 7,9 candidatos para cada vaga nas câmaras municipais. Quando incluídos os candidatos a vice-prefeito, o número de políticos na disputa sobe para 496.888.

O número de candidatos nestas eleições é 3% maior que na última disputa municipal, em 2012, quando havia 481 mil políticos disputando nosso voto. 

Veja aqui a lista com os nomes, números de urna o patrimônio declarado de todos os candidatos do país.

O Brasil possui cerca de 206 milhões de habitantes, mas podem votar apenas maiores de 16 anos. O voto é obrigatório para quem tem mais de 18 e menos de 70 anos.

A realização dessas eleições teve um custo estimado de R$ 650 milhões pelo TSE, o que equivale a cerca de R$ 4,50 por eleitor.

Vanderlei Almeirda - 26.out.2014/AFP
Evite filas na votação: seções abrem às 8h e fecham às 17h

 

Veja como votar

As seções eleitorais vão funcionar das 8h às 17h (horário local de cada cidade). Não é preciso levar o título de eleitor para votar, basta um documento oficial com foto, como o RG, habilitação, passaporte ou carteira de trabalho. O local de votação pode ser consultado no título de eleitor ou no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Na hora de votar, o eleitor escolhe primeiro seu candidato a vereador. O eleitor pode votar num candidato específico ou direcionar o voto ao partido. Para votar num candidato, é preciso digitar os cinco números da candidatura, conferir o nome e a foto do candidato e apertar o botão "confirma" na urna. Se o eleitor digitar algum número errado, ele pode escolher a opção "corrige" e digitar novamente o número correto.

Para votar no partido, no caso da eleição para vereador, basta digitar os dois primeiros números do candidato, que identificam o partido político ao qual ele pertence. Nesse caso, o voto será somado ao total recebido pelo partido e vai ajudar a legenda a eleger mais vereadores.

A quantidade de vereadores eleitos por um partido é definida levanto em conta também o número de votos total recebidos pela legenda e não apenas os votos dados individualmente aos candidatos.

Em seguida, o eleitor escolhe o candidato a prefeito, identificados por apenas dois números na urna eletrônica. No final do processo, a urna exibe a mensagem "fim" e emite um sinal sonoro indicando a conclusão do processo de votação. O TSE estima que o tempo total de votação, de quando o eleitor se dirige à urna até a confirmação do voto no candidato a prefeito, não ultrapasse um minuto. Em 2012 esse tempo médio foi de 40 segundos.

Muda cálculo para vereador

O número de vereadores eleitos por um partido é proporcional à quantidade de votos recebida pela legenda e pelos candidatos do próprio partido. Mas este ano uma mudança na lei exige um percentual mínimo de votos individuais no candidato a vereador para que ele seja eleito, independentemente de quantos votos teve o partido. 

Funciona assim. O número de vagas na Câmara para um partido ou coligação é definido pelo quociente eleitoral. O quociente é o resultado da divisão entre o total de votos válidos na eleição pelo número de vagas na Câmara Municipal. Para definir quem será eleito, é somado o total de votos num partido ou coligação (incluindo votos na legenda e nos candidatos) e esse número é dividido pelo quociente eleitoral. O resultado é a quantidade de vagas que um partido ou coligação vai ter.

Mas este ano, a lei eleitoral determinou que para conquistar uma vaga o candidato tem que ter no mínimo 10% do quociente eleitoral em votos, independentemente de quantas vagas seu partido teria direito. Ou seja, votar apenas no partido pode acabar deixando a sigla sem nenhum vereador na Câmara.

Voto branco e nulo

Os eleitores também podem votar branco ou nulo. O voto em branco é feito por meio da escolha "branco" na urna. Já o voto nulo ocorre quando o eleitor confirma o voto em um número inexistente de candidato, como zero.

Brancos e nulos não são computados para a definição do resultado e são tradicionalmente interpretados como uma manifestação política do eleitor, que afirma assim sua indiferença ou insatisfação em relação aos candidatos disponíveis.

É comum ouvirmos que se a maioria dos votos for em branco ou nulo as eleições são anuladas. Mas isso não é verdade. Há novas eleições apenas se a maioria dos votos válidos for anulada por decisão da Justiça Eleitoral caso tenha havido algum tipo de fraude na votação, como compra de votos ou irregularidades nos processos de votação.

Pode selfie na urna?

Posso fazer uma selfie do meu voto? Quais documentos devo levar? Não, não pode fazer selfie, pois é proibido levar celular ou máquinas fotográficas não podem ser levadas para a urba, como forma de garantir o sigilo do voto secreto.

E para votar basta levar um documento oficial com foto, não é necessário levar o título de eleitor. Essas e outras dúvidas de última hora podem ser tiradas aqui e aqui.

Segurança da votação

Casos de violência envolvendo candidatos e locais de votação levaram a segurança a ser reforçada em diferentes cidades do país.

Entenda o voto em legenda para vereador

Em São Luís e São José do Ribamar (região metropolitana da capital maranhense), seis escolas que abrigariam a votação foram incendiadas e uma sétima foi depredada. Na última quarta-feira (28), um ataque a tiros durante uma carreata matou o candidato a prefeito de Itumbiara (GO) José Gomes da Rocha (PTB) e feriu o vice-governador do Estado, José Eliton (PSDB).

O TSE já autorizou o envio de tropas das Forças Armadas para 315 cidades do país, para reforçar a segurança durante a votação nesse domingo.

O presidente do TSE, Gilmar Mendes, disse acreditar que a votação ocorrerá com tranquilidade, mas afirmou que o Brasil vive um quadro de "insegurança pública"

Mais eleitores

O número de eleitores este ano é 4% maior que o das últimas eleições para prefeito e vereador, realizadas em 2012.

O município de São Paulo (SP) é o que possui o maior número de eleitores, com 8.886.324 no total. O menor eleitorado é do município de Araguainha, no Mato Grosso, com 954 eleitores.

Neste ano, aumentou o número de cidades que poderão ter segundo turno, por terem mais de 200 mil eleitores. Serão 92 nessas eleições, ante 83 em 2012.

Candidatos escondem partidos em propagandas na TV

Jovens eleitores

Nestas eleições também aumentou o número de jovens de 16 e 17 anos que poderão votar, em relação à eleição presidencial de 2014, mas o número ainda é menor que nas últimas eleições municipais, em 2012.

Neste ano, há 2.311.120 jovens com título de eleitor, um crescimento de 41% em relação a 2014, quando eram 1.638.469.

Já em 2012, eram 2.902.672 os jovens de 16 e 17 anos que poderiam votar, o que representa uma queda de 20% nestas eleições em relação à última disputa municipal.

O voto só é obrigatório a partir dos 18 anos, mas aos 16 os jovens já podem participar de eleições se quiserem.

Perfil dos candidatos

Entre os candidatos, a maioria não possui o ensino superior completo, tem entre 40 e 59 anos e se declarou de cor branca.

A cada 10 candidatos, sete são homens. O percentual de mulheres que vão disputar as eleições é de 31%. Proporção bem abaixo da presença delas na sociedade, onde são mais da metade da população nacional (50,64%), segundo projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Mesários

Nestas eleições, vão atuar como mesários 1,7 milhão de pessoas. Desses, 593 mil são voluntários. Os mesários participam da organização dos locais de votação, identificando os eleitores no momento do voto e realizando os procedimentos para iniciar e encerrar a votação.

O trabalho como mesário não é remunerado, mas pode render folgas no trabalho e servir como critério de desempate em concursos públicos.

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