Com tucano fora, novato disputa 2º turno em Osasco (SP) com atual prefeito

Marcos Sergio Silva

Colaboração para o UOL

  • Arte/UOL

    Vereador Rogério Lins (à esq.) disputa segundo turno com o atual prefeito, Jorge Lapas

    Vereador Rogério Lins (à esq.) disputa segundo turno com o atual prefeito, Jorge Lapas

O candidato do PTN, o vereador Rogério Lins, 38, surpreendeu e vai disputar o segundo turno em Osasco, na Grande São Paulo, ao lado do atual prefeito, Jorge Lapas (PDT), 56. Mais votado no primeiro turno, Lins não aparecia entre os primeiros nas pesquisas até sexta-feira (30), quando o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) manteve indeferida a candidatura do ex-prefeito Celso Giglio, 75, do PSDB. 

Com 100% das urnas apuradas, Lins teve 39,44% dos votos, contra 38,55% de Lapas. 

Lins é apoiado pelo ex-prefeito de Osasco Francisco Rossi (PR), que chegou a disputar as eleições para o governo do Estado (1994 e 1998) e para a Prefeitura de São Paulo (1985, 1996 e 2000). Antes de sair candidato, fazia parte da base de apoio de Jorge Lapas na Câmara Municipal.

Lapas tenta a reeleição depois de vencer a disputa em 2012, ainda pelo PT, partido que deixou em março. Ele justificou a saída devido "ao momento difícil" pelo qual a legenda passa e pelas disputas internas --mesmo alinhado ao PDT em plano nacional, os petistas lançaram Valdir Pracidelli ao cargo.

O principal alvo do atual prefeito foi o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha, condenado pelos crimes do Mensalão e que tentou ser candidato à Prefeitura de Osasco em 2012 --ele desistiu da candidatura e assegurou o lugar para Jorge Lapas, seu candidato a vice.

Tucano teve candidatura indeferida

O tucano Celso Giglio, 75, que governou a cidade por duas vezes (de 1993 a 1996 e de 2001 a 2004), teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, a exemplo do que aconteceu em 2012 e 2014. Mesmo que a candidatura fosse permitida, no entanto, ele não teria votos suficientes para ir ao segundo turno.

Contra o tucano, pesa a rejeição das contas do ano de 2004, quando tentou a reeleição e perdeu para o hoje presidente estadual do PT, Emídio de Souza. Giglio recorreu da decisão da 2ª Vara de Fazenda Pública do Foro de Osasco e conseguiu a reversão da pena. Em 2012, o recurso foi negado e os votos dados a Giglio foram considerados nulos. Em 2014, Giglio foi eleito deputado estadual devido a uma liminar que suspendia a condenação.

PT de fora pela primeira vez desde 1992

É a primeira vez desde 1992 que um candidato do PT não está entre os dois primeiros colocados na disputa pela prefeitura da cidade da Grande São Paulo. Emídio de Souza, atual presidente estadual da sigla, venceu a eleição em 2004 e também em 2008. Jorge Lapas foi vitorioso, ainda pelo PT, em 2012.

Osasco fazia parte do chamado "cinturão vermelho" da Grande São Paulo, cidades em que o PT controlava administrações, como Guarulhos, as prefeituras do ABC e municípios menores, como Suzano. Lapas seguiu uma tendência no seu antigo partido, de migrar para o aliado PDT, vinculado a Ciro Gomes.

Cidade

Maior cidade da região oeste da Grande São Paulo, Osasco tem cerca de 700 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O PIB da cidade é o nono maior do país e o segundo maior do Estado, com R$ 55,5 bilhões, segundo o IBGE. 

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