Candidato de Paes, Pedro Paulo insinua PMDB isento no 2º turno no Rio

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Constança Rezende/ Estadão Conteúdo

    Pedro Paulo, candidato do PMDB a prefeito do Rio de Janeiro

    Pedro Paulo, candidato do PMDB a prefeito do Rio de Janeiro

As duas candidaturas que foram para o segundo turno são incompatíveis com as nossas ideias. A afirmação é de Pedro Paulo (PMDB), candidato do prefeito Eduardo Paes, do mesmo partido, que está eliminado da disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Em pronunciamento logo após o resultado, Pedro Paulo disse "respeitar a decisão das urnas" e sinalizou que o PMDB pode vir a não apoiar nenhuma candidatura no segundo turno.

"A cidade fez as suas escolhas. Devo me posicionar, obviamente, ouvindo os partidos que fizeram parte da minha aliança, mas vejo com extrema incompatibilidade as duas candidaturas que foram para o segundo turno. Ficou claro que defendem o diferente do que fizemos por essa cidade nesta administração", afirmou.

O senador Marcelo Crivella (PRB), 58, e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), 49, vão se enfrentar no segundo turno das eleições. Os dois foram os mais votados no pleito deste domingo (2), confirmando o cenário apontado nas primeiras pesquisas de intenção de voto divulgadas no período eleitoral. Crivella terminou o primeiro turno com 27,8% dos votos válidos, seguido por Freixo, que obteve 18,37%. 

Pedro Paulo  acompanhou a apuração ao lado de Paes, do ex-governador Sérgio Cabral, do governador em exercício Francisco Dornelles e a candidata a vice-prefeita, Cidinha Campos, na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito, na zona sul da cidade. Ao sair do local, Pedro Paulo evitou falar sobre o que teria atrapalhado a sua campanha para não conseguir chegar ao segundo turno. .

Com alto índice de rejeição nas pesquisas, o peemedebista foi, desde o começo da campanha, alvo preferencial de ataques dos outros candidatos. Os concorrentes lembraram, em especial, a denúncia de agressão contra sua ex-mulher, arquivada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Se no começo da campanha as insinuações eram mais veladas, apenas com menções à violência contra mulher, na última semana os ataques se tornaram mais diretos. No debate na Record, no domingo (25), Índio da Costa (PSD) perguntou diretamente sobre o processo. "Candidato Pedro Paulo, para mim, quem bate em mulher é covarde. E para você?"

"Com Crivella em primeiro desde o começo, os candidatos raciocinaram que fazia mais sentido lutar pelo segundo lugar. Pedro Paulo, sendo o candidato da situação, se tornou o principal alvo", diz o cientista político e professor da PUC-Rio Ricardo Ismael. "Ele está muito aquém do que se esperava para quem tem mais tempo de televisão, a máquina... Os ataques, a questão da violência contra mulher, também tiveram seu efeito na alta rejeição do candidato."

A investigação da denúncia de agressão contra Pedro Paulo teve início depois que se tornou pública a acusação feita pela ex-mulher do candidato, Alexandra Marcondes, em 2010. No fim do ano passado, com o crescimento da repercussão do caso, ela mudou a versão de que fora atacada e disse que o ex-marido apenas se defendeu de ataques dela, por conta de uma traição.

 
 

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