Marchezan (PSDB) e Melo (PMDB) e disputam segundo turno em Porto Alegre

Flávio Ilha

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

  • Arte UOL

    Melo (à esq.) e Marchezan vão para o segundo turno em Porto Alegre

    Melo (à esq.) e Marchezan vão para o segundo turno em Porto Alegre

O atual vice-prefeito de Porto Alegre (RS), Sebastião Melo (PMDB), e o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB) vão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura da capital gaúcha. Melo e Marchezan lideraram as últimas semanas de campanha e ultrapassaram os dois candidatos de esquerda que iniciaram a disputa na ponta. Com 100% dos votos apurados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Marchezan somou 213.646 votos (29,84% dos votos válidos), contra 185.655 votos de Melo (25,93% dos votos válidos). 

A conta dos votos válidos exclui votos nulos e brancos.

Raul Pont (PT) ficou na terceira colocação, com 117.225 votos (16,37% dos votos válidos). Em seguida, vieram Mauricio (PTB), com 97.939 votos (13,68% dos votos válidos), e Luciana Genro (PSOL), com 86.352 votos (12,06% dos votos válidos).

Fabio Ostermann (PSL) recebeu 7.054 votos (0,99% dos votos válidos); Marcello Chiodo (PV), 4.327 votos (0,60% dos votos válidos); Julio Flores (PSTU), 2.554 votos (0,36% dos votos válidos); e João Rodrigues (PMN), 1.230 votos (0,17% dos votos válidos).

Na eleição para a capital gaúcha, foram 59.698 votos brancos (7,01% do total) e 75.597 nulos (8,88%). O comparecimento do eleitor da capital às urnas alcançou 851.277 eleitores, com abstenção de outros 247.240 eleitores (22,51% do total).

Em seu comitê de campanha na capital gaúcha após a confirmação da ida para o segundo turno, Nelson Marchezan Júnior comemorou e agradeceu o apoio de sua equipe e dos partidos coligados, como PP e PV. "Nossa campanha foi exatamente o que somos e queremos colocar no paço municipal", anunciou. Para Marchezan Júnior, sua campanha foi "correta, simples, transparente e tranquila, do ponto de vista ético e moral". Ele prometeu ainda "muita energia", caso seja eleito no segundo turno.

Na véspera do pleito, no sábado (1º), pesquisa Ibope tinha mostrado Sebastião Melo (PMDB) isolado à frente, com 26% dos votos válidos (que exclui brancos, nulos e quem não respondeu ou disse ainda não saber em quem vai votar). Nelson Marchezan Jr. (PSDB) tinha 18%, Raul Pont (PT),16%, e Luciana Genro, 12%.

Os três estavam em empate técnico na segunda posição, porque a sondagem tinha margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa mostrou Maurício Dziedricki (PTB) com 9%, e João Rodrigues (PMN), Julio Flores (PSTU) e Marcello Chiodo (PV) com 1%. Fabio Ostermann (PSL) não pontuou.

Com 14 partidos na sua base de sustentação, Melo teve quase quatro minutos no horário eleitoral gratuito e assumiu a liderança, segundo as pesquisas de intenção de voto, logo que a propaganda eletrônica começou. O vice também conseguiu se descolar da atual administração, que tem uma avaliação ruim pela maior parte da população.

Já Marchezan ocupou uma faixa do eleitorado que quer mudar a atual administração da cidade mas optou por não votar em candidatos de esquerda. O candidato se manteve disputando uma vaga no segundo turno desde o início da campanha e na reta final conseguiu abrir vantagem sobre seu principal oponente, o ex-prefeito Raul Pont (PT).

Melo foi vereador por três mandatos a partir de 2000 e duas vezes presidente da Câmara Municipal, em 2008 e 2009. De sua experiência parlamentar veio a habilidade para negociar alianças – a coligação Abraçando Porto Alegre tem nada menos PMDB, PSB, PDT (que indicou a candidata a vice, Juliana Brizola), DEM e Rede, entre outros.

Marchezan foi diretor de Desenvolvimento, Agronegócios e Governos do Banco do Estado do Rio Grande do Sul na gestão de Yeda Crusius (2007-2010). É filho do ex-deputado Nelson Marchezan (Arena, PDS e PSDB). Faz parte da bancada ruralista e tem como suplente justamente a ex-governadora. Foi eleito deputado federal em 2002, mas a Justiça Eleitoral impediu sua diplomação por falta de filiação partidária válida. Foi deputado estadual pelo PSDB (2007-2011) e se elegeu novamente deputado federal em 2010.

Porto Alegre tem 1,48 milhões de habitantes segundo o censo estimativo do IBGE em 2016 e um PIB de R$ 57,4 bilhões (dados de 2013). A cidade tem uma taxa de mortalidade infantil de 10 por mil nascidos vivos e taxa de analfabetismo de 2,18% (3ª menor entre as capitais brasileiras). Segundo o Mapa da Violência 2016, Porto Alegre teve em 2014 uma taxa de 41,2 homicídios por 100 mil habitantes – a décima capital maios violenta do país.

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