A disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro vai para o segundo turno com a disputa entre o senador Marcelo Crivella (PRB), 58, e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), 49. Segundo o jornalista e blogueiro do UOL, Mário Magalhães, o resultado representa derrota para o presidente Michel Temer. Pedro Paulo, candidato do PMDB, partido de Temer e do atual prefeito Eduardo Paes, não conseguiu alcançar Freixo e ir para o segundo turno.

"Embora Temer não tenha subido em nenhum palanque país afora, o vínculo dele com o candidato Pedro Paulo foi enfatizado pelos concorrentes num desgaste que não poder ser considerado secundário", diz Magalhães.

Segundo Magalhães, Freixo demonstra ser "muito maior que o PSOL". "Ele depende menos de acordos com partidos formais e mais da capacidade de impor a pauta do estado laico", diz Magalhães.

"Freixo caminha para o centro, e Crivella tenta se desvincular da Igreja Universal do Reino de Deus. Isso cria uma novidade, o Rio nunca viu isso. O Rio tem uma direita forte que não combina com Freixo, mas também rejeita Crivella pela ligação com a igreja", diz.

Crivella e Freixo foram os mais votados no pleito deste domingo (2), confirmando o cenário apontado nas primeiras pesquisas de intenção de voto divulgadas no período eleitoral. Crivella terminou o primeiro turno com 27,8% dos votos válidos, seguido por Freixo, que obteve 18,37%. 

Nas últimas sondagens, Freixo aparecia tecnicamente empatado com outros cinco candidatos, considerando-se as margens de erro.

No sábado (1º), pesquisas do Ibope e do Datafolha colocavam Freixo com 14% e 16% dos votos válidos, respectivamente, e seu principal adversário, Pedro Paulo Carvalho (PMDB), com 11% e 12%. Na acirrada disputa pelo segundo lugar, as amostras já indicavam tendência de crescimento do candidato do PSOL. O resultado acabou se confirmando nas urnas.