Debate em BH: candidatos falam de saúde e atacam Alexandre Kalil

Do UOL, em São Paulo

Os problemas da área da saúde, da segurança pública, do trânsito e ataques ao candidato Alexandre Kalil (PHS) marcaram o debate entre oito candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira (16). O debate foi realizado pela Rede TV!, em parceria com o UOL, a revista "Veja" e o Facebook.

Participaram do debate os candidatos João Leite (PSDB), Alexandre Kalil (PHS), Délio Malheiros (PSD), Luis Tibé (PTdoB), Marcelo Álvaro Antônio (PR), Reginaldo Lopes (PT), Rodrigo Pacheco (PMDB) e Sargento Rodrigues (PDT), que fizeram perguntas entre eles e responderam a questões dos jornalistas Rodrigo Cabral, da Rede TV!, e Sílvio Navarro, da "Veja", e de moradores de Belo Horizonte.

A mais recente pesquisa realizada pelo Ibope mostra Leite em primeiro, com 33% das intenções de voto. Kalil aparece em segundo, com 22%, seguido por Luís Tibé, com 5%. Na sequência, estão Délio Malheiros e Eros Biondini (Pros), empatados com 4%, Reginaldo Lopes e Rodrigo Pacheco, ambos com 3%, Marcelo Álvaro, com 2%, e três candidatos com 1%: Sargento Rodrigues, Maria da Consolação (Psol) e Vanessa Portugal (PSTU). Biondini, Maria da Consolação e Vanessa não participaram do debate. 

Reprodução/RedeTV!
Alexandre Kalil, candidato do PHS a prefeito de Belo Horizonte

Kalil tornou-se alvo já na primeira investida do debate, feita por Sargento Rodrigues. O tema foi a inadimplência do candidato do PHS, que tem dívidas de R$ 100 mil de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). "O senhor vai pagar a dívida?", perguntou o candidato do PDT.

Na resposta, Kalil, que é empresário e foi presidente do Atlético-MG, respondeu dizendo que era "muito diferente de vocês [os demais candidatos]". E afirmou que sua trajetória fora construída na iniciativa privada. "Estou aqui porque fiz gente feliz." Kalil acusou Rodrigues ainda de se projetar politicamente com exploração de casos de violência. Entretanto, admitiu a dívida, creditada a dificuldades por conta da crise econômica do país.

Délio Malheiros, atual vice-prefeito de Belo Horizonte e apoiado pelo prefeito Márcio Lacerda (PSB), também fez alusão à dívida do candidato do PHS. "Se o senhor pagasse o IPTU que deve, poderíamos fazer 10 mil mamografias", criticou. Kalil respondeu dizendo que Malheiros não tinha sido capaz de "cuidar de 50 capivaras", referindo-se às denúncias de maus-tratos a animais na Lagoa da Pampulha. "Quem não deu conta de cuidar de capivara não pode cuidar de 1,5 milhão de pessoas da cidade", rebateu Kalil.

 

Reprodução/ RedeTV!
João Leite, candidato do PSDB a prefeito de Belo Horizonte

Saúde

A qualidade dos serviços de saúde pública oferecidos pela prefeitura foi assunto preferido de quase todos candidatos, sempre citando pesquisas variadas de satisfação, com a população criticando e reclamando, segundo eles.

Rodrigo Pacheco afirmou que a plena atividade do Hospital Metropolitano do Barreiro será a sua prioridade e apelou para um "pacto entre todas as forças políticas e níveis de governo para melhorar a saúde municipal, que está muito ruim".

Marcelo Álvaro discordou em parte e afirmou que a saúde é um problema regional, com "seis hospitais fechados na região metropolitana, cuja situação precisa ser resolvida". No entanto, não disse como isso seria possível e o que deveria ser feito.

O petista Reginaldo Lopes atacou a atual gestão da prefeitura. "Essa gestão, apoiada pelo PSDB de João Leite, destruiu a saúde da cidade, ao contrário do feito pelo meu partido." Ele criticou o estabelecimento de PPPs (parcerias público-privadas) na saúde, do atual governo, e defendeu o que chamou de PPC (parceria público-comunitária).

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Luís Tibé, candidato do PTdoB a prefeito de Belo Horizonte

Lopes lançou suspeita sobre os contratos da atual gestão com empreiteiras na área da saúde, falando diretamente para Malheiros, o vice-prefeito.

Malheiros, por sua vez, discordou das críticas e disse que a atual administração fez bastante na área, sem detalhar o que foi feito. Em seguida, defendeu a ampliação das PPPs e os contratos hoje em vigor: "Nossas relações com as empreiteiras se dão com contratos auditados e sérios. Vamos continuar com as PPPs. São mecanismo eficiente e moderno".

Luis Tibé lançou no debate a proposta de criação do Disque Saúde 24 horas, de modo a tornar mais eficiente o atendimento à população. "Quando ligar para o serviço, vamos encaminhar o cidadão para o especialista que precisa e que tenha fila menor."

Para Alexandre Kalil, o problema dos serviços, que considera ruins na saúde, é a gestão de recursos, e criticou a gestão atual. "Temos que fechar a torneira. Temos que ver para onde está indo essa fortuna de dinheiro da saúde", apontou. "É trazer dinheiro para a saúde e não deixar ter desvio. Gerir na saúde, na educação, na segurança, é levar o dinheiro, treinar o servidor, dar carinho a ele. Quando dermos carinho para o servidor que atende o cidadão que chega desesperado ao hospital, teremos uma melhoria."

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Délio Malheiros, candidato do PSD a prefeito de Belo Horizonte

Segurança pública

Nos demais temas abordados durante o debate, houve um esfriamento nos enfrentamentos, com poucas alfinetadas e nenhum ataque mais contundente. Ficou claro que os candidatos decidiram expor mais as suas propostas, ainda que sem detalhamento.

O tema da segurança pública surgiu pela primeira vez com o candidato Reginaldo Lopes, que perguntou ao tucano João Leite se ele "tinha mudado de lado" e adotado agora propostas de repressão. "Sou filho de um policial, minha primeira imagem é meu pai vestindo uma farda", começou o candidato do PSDB. "Meu lado é o da defesa das pessoas, da vítima. E o lado da defesa das pessoas é o da segurança pública."

Lopes disse que colocará em prática, se eleito, programas para uma "cultura de paz", contra a criminalização dos negros e dos pobres. Leite afirmou que seu foco principal será a prevenção, com a oferta de programas e serviços sociais, mas sem esquecer do policiamento. "Meu pai dizia sempre que segurança pública é farda na rua, para as pessoas verem que tem autoridade."

Economia

Lopes propôs combater a alta da criminalidade com o incentivo a programas destinados aos jovens, em termos de formação profissional. "Vamos criar espaços e ambientes onde os jovens possam desenvolver seus talentos. Vamos incentivar as novas economias e a economia popular."

Com relação à geração de empregos e ao desenvolvimento da economia, especificamente, Sargento Rodrigues afirmou que vai trabalhar para eliminar a burocracia hoje existente e "fazer um trabalho rigoroso com os empresários", para estabelecer parcerias. João Leite disse que seu compromisso é criar uma agência digital de atração de investimentos. "Uma colmeia criativa, para capacitação em moda, gastronomia etc."

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Reginaldo Lopes, candidato do PT a prefeito de Belo Horizonte

Transporte

O pemedebista Rodrigo Pacheco procurou, sempre que pôde, valorizar o fato de pertencer ao partido do presidente Michel Temer como trunfo particular. Foi assim na questão dos transportes, um dos grandes problemas da capital mineira.

Ele disse que pretende implantar obras de engenharia para 150 pontos de estrangulamento da cidade, estimular o uso da bicicleta e das ciclovias, além de incentivar a ampliação do metrô. "Sem investimento e sem ajuda do governo federal, não conseguiremos fazer isso, não."

Sargento Rodrigues também se disse favorável ao aumento do número de ciclovias: "Vamos tratar a bicicleta como veículo de transporte e de lazer".

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Rodrigo Pacheco, candidato do do PMDB a prefeito de Belo Horizonte

Luis Tibé lançou a proposta de estender o Passe Livre para todos os estudantes de Belo Horizonte. "Não estamos comprometidos com empresas", avisou. Respondendo a Tibé, o candidato do PMDB disse que poderá estudar a proposta, mas mediante um estudo prévio sobre o impacto financeiro da medida: "Se deve pensar, sim, na implementação de um projeto responsável, desde que não tire dinheiro de outros setores, como saúde e educação".

Pacheco falou ainda de fazer uma auditoria em todos os contratos em vigor, incluindo os de transporte. Mas citou que "o que as pessoas querem mesmo é um transporte coletivo que funcione". Para ele, é uma vergonha o título de Belo Horizonte de quarto pior trânsito do mundo.

Eleitorado

O número de eleitores de Belo Horizonte nestas eleições é de 1.927.460, com maioria de mulheres: 54% contra 46% de homens. Os dados são do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 

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