Exército atuará nas eleições no PA, MT e RN; RJ tem situação mais crítica

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

  • RICARDO MORAES/Reuters

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, afirmou que uma reunião na próxima semana definirá o efetivo e o planejamento para atuação das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança nas eleições municipais. Participação do encontro autoridades dos ministérios da Defesa e da Justiça, do TSE, entre outros órgãos. O ministro previu que será solicitado reforço na segurança para pelo menos quatro estados: Pará, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.

Para Mendes, a situação mais crítica se dá no Rio de Janeiro. "Não preciso nem lhes contar sobre a situação do Rio de Janeiro, é dispensável. Os senhores não têm dúvida [de que a situação do Rio é a mais grave]. É talvez uma das mais graves do mundo", afirmou ele a jornalistas.

Além do contexto de agravamento dos problemas de segurança pública e violência urbana, com tiroteios constantes em favelas -- inclusive as ocupadas por UPPs -- e atraso no pagamento de salários de policiais, há outro motivo de preocupação no cenário político fluminense: os sucessivos homicídios contra candidatos e pré-candidatos. A Polícia Civil afirma que apenas duas das 13 mortes que ocorreram desde o ano passado tiveram, de fato, motivação política ou eleitoral. O presidente do TSE, por outro lado, não se diz convicto.

"É preciso que se faça a investigação. Mas quando há mortes de pessoas que são candidatas a determinado cargo ou pessoas ligadas a alguma atividade política, sempre há essa preocupação. Até agora nós identificamos informações de que pelo menos 24 pessoas teriam sido assassinadas num contexto político-eleitoral, e 13 dessas 24 ocorreram somente na baixada", declarou.

"Haverá uma parte da Força Nacional que continuará no Rio de Janeiro e atenderá também as peculiaridades do processo eleitoral, mas também ajustaremos a participação das Forças Armadas, que já são utilizadas na parte da logística, segurança e transporte das urnas há muitos anos. A preocupação é com o Estado do Rio de Janeiro. Estaremos discutindo agora a distribuição, logística, presença e quantitativo."

Mendes disse ainda que outros estados também solicitação apoio federal. Segundo ele, todas as demandas apresentadas constituem necessidades "localizadas". "Estamos recebendo manifestações de vários estados. Vários pedidos. Na próxima terça ou quinta-feira, estaremos tomando algumas deliberações. Muitos estados têm pedido a Força Nacional, especificamente a presença das Forças Armadas, por conta de peculiaridades locais. Estamos em contato com as autoridades locais para saber o que é efetivamente necessário."

O ministro adiantou que, no Pará, pelo menos 60 municípios receberão tropas federais. Além disso, militares serão enviados para os estados do Rio Grande do Norte e do Mato Grosso. "No Pará, há uma preocupação por conta da falta de força policial. Estamos vivendo uma situação muito peculiar no Estado do Rio Grande do Norte. Também o TRE-RN pediu a presença de forças federais. (...) Temos muitos pedidos, mas são pedidos localizados. Por exemplo, o Mato Grosso está pedindo para áreas onde há conflitos indígenas. Em suma, são situações às vezes muito localizadas."

 

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