Debate no Rio: candidatos falam de violência doméstica e atacam Pedro Paulo

Do UOL, no Rio

  • Gustavo Serebrenick/Brazil Photo Press/Ag. O Globo

    Da esquerda para a direita, Bolsonaro, Molon e Pedro Paulo participam do debate

    Da esquerda para a direita, Bolsonaro, Molon e Pedro Paulo participam do debate

Temas como trânsito, violência contra a mulher e saneamento, assim como ataques diretos ou indiretos ao candidato Pedro Paulo (PMDB), fizeram parte do debate realizado na noite desta sexta-feira (9) entre oito candidatos à Prefeitura de Rio de Janeiro participaram. O debate foi realizado pela Rede TV! em parceria com o UOL, a revista Veja e o Facebook.

Alessandro Molon (Rede), Carlos Roberto Osório (PSDB), Flávio Bolsonaro (PSC), Índio da Costa (PSD), Jandira Feghali (PCdoB), Marcelo Crivella (PRB), Marcelo Freixo (PSOL) e Pedro Paulo Carvalho (PMDB) fizeram perguntas entre eles, responderam a questões dos jornalistas Gustavo Maia (UOL), Fábio Barreto (Rede TV!) e Maurício Lima (Veja) e de eleitores cariocas.

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Marcelo Crivella, à esquerda, e Carlos Roberto Osorio no debate da emissora

Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta mostrou Crivella (PRB) na liderança, com 29% das intenções de voto –um ponto percentual a mais do que no último levantamento. Cinco candidatos aparecem tecnicamente empatados na segunda colocação: Freixo (11%), Jandira (8%), Pedro Paulo (8%), Bolsonaro (6%) e Índio da Costa (6%). A margem de erro é de três pontos percentuais.

Ataques

Pedro Paulo, do PMDB do atual prefeito, Eduardo Paes, foi o mais questionado pelos demais candidatos. Já na terceira pergunta feita, Crivella (PRB) questionou Freixo (PSOL) sobre a acusação de plágio feita por ele a respeito de um documento do programa de governo de Pedro Paulo. Freixo havia denunciado a questão à Justiça eleitoral: "Não tiveram cuidado nem de mudar uma vírgula. Criaram outra coisa lá no final, mas é uma cópia literal, ou seja, não tem programa de governo", respondeu o candidato do PSOL.

Um momento mais claro de ataque foi feito por Alessandro Molon (Rede) em resposta a Jandira Feghali (PCdoB): "está muito difícil morar no Rio. Bom mesmo é morar no planeta Pedro Paulo. No planeta Pedro Paulo, tudo vai bem. No planeta Pedro Paulo, a mobilidade está ótima. O ônibus passa perto de casa".

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Marcelo Freixo fez um ataque indireto ao provocar Índio da Costa sobre a viabilidade de um agressor de mulheres ser prefeito. Foi uma referência ao fato de Pedro Paulo ter sido acusado de agredir sua ex-mulher Alexandra Marcondes, de acordo com duas ocorrências registradas por ela, em 2008 e 2010. Em 2014, quando o caso foi divulgado, Alexandra mudou a versão e disse que o ex-marido apenas se defendeu de ataques dela. O caso foi arquivado no STF.

Em uma pergunta a Índio da Costa, Freixo afirmou: "as mulheres vão discutir com a gente, desenvolver as políticas para a cidade e são elas que vão determinar de que maneira se enfrenta e se supera a violência contra a mulher". E, depois, completou: "aliás, parece que é critério para a prefeitura contratar quem violenta e bate a mulher". Pedro Paulo foi secretário municipal do governo Eduardo Paes.

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Índio da Costa, à esquerda, e Marcelo Freixo (PSOL) foram os candidatos que levantaram a questão da violência contra a mulher

"Apresentaram um projeto de lei na Câmara dos Deputados que proíbe agressor de mulher de ser candidato", respondeu Índio da Costa. "Vou votar a favor, eu vou defender a tese, porque quem bate em mulher não deveria gerir uma cidade."

Pedro Paulo pediu direito de resposta, negado por ele não ter sido citado nominalmente. Em entrevista à "Folha de S.Paulo", o secretário já havia afirmado que o episódio foi um momento de "descontrole". "Foi um episódio difícil, de uma discussão de casal. Foi um episódio triste, de descontrole, mas superamos", afirmou à época.

Trânsito

Um dos assuntos mais abordados, de maneiras diferentes, foi o trânsito carioca. Primeiro a responder sobre o tema, o tucano Carlos Roberto Osorio criticou o "comportamento do carioca no trânsito": "Acho que nós precisamos atuar com mais rigor e principalmente com mais informação e conscientização".

Respondendo a pergunta feita pelo jornalista Gustavo Maia, do UOL, Pedro Paulo afirmou que pretende investir em BRT e VLT. Ele voltou a afirmar ser contra o Uber: "as cidades que estão vivendo o Uber estão espalhando o caos para todos". Depois, completou: "eu não vou abandonar o taxista, vou melhorar o serviço dele, para que ele possa ser sim o transporte individual de passageiros nessa cidade legalizado e regulamentado".

Alessandro Molon (Rede) criticou o asfalto carioca, e as obras que o envolvem: "são obras feitas para o desvio de recursos, são empreiteiras contratadas com superfaturamento para desviar dinheiro público".

 

Saneamento e sustentabilidade

Um dos primeiros temas abordados foi o saneamento básico, quando Pedro Paulo fez uma pergunta a Crivella. "No meu governo, quem vai entrar pelo cano é o esgoto", respondeu o candidato do PRB. "Quero fazer coleta seletiva do lixo, porque o lixo entope os esgotos."

Questionado sobre ações de sustentabilidade, Flávio Bolsonaro (PSC) ironizou propostas dos rivais: "Queria saber com que dinheiro a prefeitura vai fazer tanto assim e investir tanto assim na sustentabilidade com tantos problemas graves no nosso município".

Em resposta a uma pergunta enviada pela população, Crivella voltou ao tema do saneamento. Ele afirmou que, se eleito, retomará o programa de gari comunitário e que a prefeitura precisa "encanar todo o esgoto do Rio". "Isso não é caro. Não é impossível de fazer."

1º bloco do debate

2º bloco do debate

3º bloco do debate

4º bloco do debate

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