Fora da TV, Erundina faz "debate paralelo" no Facebook e fala em censura

Do UOL, em São Paulo

Foi pelo Facebook que a candidata pelo PSOL à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, conseguiu "participar" do primeiro debate realizado pela TV Bandeirantes nesta segunda (22). Na rede social, ela tachou de censura sua exclusão do evento. Mais cedo, chegou a comentar que os oponentes "tiveram medo" da sua participação.

A minirreforma eleitoral de 2014 determina que apenas candidatos de partidos com mais de nove deputados na Câmara podem participar de debates, o que deixou Erundina de fora do evento. Mas na sua página no Facebook, bloco a bloco, a candidata do PSOL comentou as respostas dadas pelos oponentes na TV.

"Eles prometem soluções para os problemas sem apontar as causas e sem dizer de onde vão tirar os recursos. Não citam a queda de arrecadação do município, de mais de R$ 4 bilhões, e não falaram da dívida pública que é enorme", disse sobre o primeiro bloco. "É tudo isso que causa o desaquecimento da economia e o desemprego. O desemprego é efeito, não é causa."

Ela também criticou duramente Marta Suplicy (PMDB), que não assinou documento que poderia dar chance à participação da candidata do PSOL no debate. "Marta tenta dar uma de feminista, mas excluiu uma mulher do debate."

Outro alvo de Erundina foi o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), quando o tema foi a saúde. "Ele diz que investiu muito em saúde e construiu hospitais, sem falar na privatização. Ele criou as OSS [Organizações Sociais de Saúde] e todas as ações estão na iniciativa privada", criticou. "Alguém falou do salário de médico de R$ 20 mil reais, mas não é verdade, esse são os salários nas OSS, enquanto o servidor da prefeitura ganha uma miséria."

A candidata do PSOL ressaltou ainda a falta de uma visão sistêmica e ampla dos problemas da capital paulista. "É uma cidade metropolitana, os problemas não começam e terminam aqui. Não se sabe o que cada um dos candidatos pretende trazer novo e de melhorias nas áreas econômica, social e política."

Segundo a candidata, ficava difícil saber de que "São Paulo" seus concorrentes falavam. "Não se sabe de que cidade eles estão falando nem que cidade eles querem projetar. Uma cidade impactada por uma política econômica recessiva numa uma crise profunda que o país vive."

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