Marta fala em priorizar saúde e em rever ciclovias e regulamentação do Uber

Do UOL, em São Paulo

A senadora e pré-candidata a prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PMDB) disse em sabatina do UOL, da "Folha de S. Paulo" e do SBT, nesta quinta-feira (28), que sua prioridade na gestão vai ser a saúde e que estuda alterar o projeto de ciclovias da gestão atual de Fernando Haddad (PT). Além disso, quer rever a recente regulamentação do app de transporte Uber.

"A prioridade absoluta é saúde. Você ter médico e remédio. O que vai dar uma economia muito grande para a saúde é gestão, que não tem. Vamos fazer um cartão com o nome, todas as consultas e usar isso na cidade. E pode virar com o tempo um cartão cidadania com tudo [todos os dados do cidadão]. O impacto disso em todas as áreas é enorme, mas na saúde é maior", disse a candidata.

 

Ela afirmou gostar das ciclovias, mas quer alterar o projeto: "Fazem parte de uma cidade moderna. Mas o atual governo fez sem planejamento, isso é muito ruim. Há pessoas contra e a favor. É uma característica desse governo: o improviso e a beligerância [entre as partes envolvidas]".

Sobre o Uber, ela concorda com as críticas dos taxistas de concorrência desleal frente ao aplicativo e promete equilibrar essa relação. "O prefeito [Haddad] desregulamentou. Os taxistas não estão conseguindo pagar a prestação do carro, e o Uber também entrou [no mercado] penalizado. Isso é uma marca de improviso desse governo. Acho importante [o Uber], mas os taxistas têm que entrar também."

Lucas Lima/ UOL
Marta Suplicy (PMDB) participa de sabatina com Luís Indriunas, do UOL, Kennedy Alencar, do SBT, e Fernando Canzian (à dir.), da 'Folha de S. Paulo'

Na opinião de Marta, a redução da velocidade nas marginais da gestão Haddad não seria necessariamente o fator que diminuiu os acidentes de trânsito no último ano. "Tem muitas favelas em volta das marginais, ambulantes jogam tachinhas... O que incomoda são as pegadinhas, a indústria da multa. Isso que vai ter de sair de imediato. Você vai ter um radar que é mais educativo do que punitivo."

A senadora também diz se arrepender de ter implementado um imposto sobre o lixo em sua gestão como prefeita de São Paulo (2001-2005), à época no PT, o que lhe rendeu o apelido de "Martaxa". "Sim, me arrependo. Acho que naquele momento a cidade não tinha condição de ter aquela taxa [do lixo, criada para avançar na reciclagem]. [Se eleita] Vou ser uma prefeita que não vai aumentar taxas e impostos."

Ela também comentou sua mudança de partido em 2015, com petistas acusando-a de "traição". À época, Marta disse que um dos motivos de sua troca de legenda era a corrupção entre petistas, mas não disse ser problemático o fato de peemedebistas estarem sendo investigados pela Operação Lava Jato, como Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Romero Jucá. "O PT tem três tesoureiros presos e decepcionou muitos dos seus eleitores. Saí por vários motivos, não foi só a corrupção, mas a destruição de um sonho. O PMDB tem gente sendo investigada, mas não tem um sistema de corrupção organizado [como o PT]", disse. Ela também disse ser favorável à cassação de Eduardo Cunha, "como todo povo brasileiro".

Lucas Lima/ UOL
A senadora e pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Marta Suplicy (PMDB) participa de sabatina organizada por UOL, SBT e 'Folha de S. Paulo'

Moda e gastronomia

A senadora disse que moda e gastronomia são polos de criatividade e de geração de empregos, por isso pretende investir nesses setores.

"Não é necessariamente dinheiro que você tem que pôr quando é prefeita. A maior queixa da moda é que as escolas não formam modeladores e costureiras não existem mais. A prefeitura pode fazer algum convênio com universidades para que alguns cursos tenham um certo tipo de abordagem. Podemos fazer alguns cursos nos CEUs (Centros de Educação Unificados)", afirmou na sabatina. 

"Moda hoje cria muita receita. Estou com um grupo que pensa a moda na cidade com os grandes estilistas: [Alexandre] Herchcovitch, Sandro Barros, Samuel Cirnansck. É uma cadeia de empregos gigantesca. Muito da moda hoje está em Minas Gerais, eles estão ficando na ponta. A gastronomia também é importante, temos que reunir os chefs importantes. Essa passagem [pelos ministérios] na Cultura e no Turismo me deu uma visão maior sobre a importância desses setores."

Marta ainda ressaltou seus feitos políticos na educação. "Fiz uma revolução com os CEUs (Centros Educacionais Unificados). Agora vou fazer uma revolução na educação para qualificar o professor. Para ter pessoas na escola com olhar social de resgate dos meninos."

Pesquisa Datafolha

A senadora está tecnicamente empatada com a candidata do PSOL, Luiza Erundina, na última pesquisa eleitoral do Datafolha, divulgada em 15 de julho. Na segunda colocação, Marta teve 16% das intenções de voto contra 10% de Erundina. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para cima ou para baixo.

Luiza Erundina foi sabatinada na quarta-feira (27) no estúdio da TV UOL. Além dela e de Marta, foram convidados para as sabatinas outros candidatos com mais intenção de voto no principal cenário: o empresário e apresentador João Doria (PSDB), que participou em 20 de julho; e o atual prefeito e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), entrevistado na terça-feira (26).

A série de entrevistas se encerra nesta sexta-feira (29), às 10h, com o deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP), atual líder da pesquisa Datafolha, com 25% das intenções de voto.

Cada sabatina tem duração de uma hora. Os candidatos estão sendo entrevistados por três jornalistas: Fernando Canzian, da "Folha de S.Paulo", Luís Indriunas, do UOL, e Kennedy Alencar, do SBT.

UOL, Folha e SBT também organizarão um debate com os candidatos a prefeito de São Paulo antes do primeiro turno, no dia 23 de setembro.

Veja a íntegra da sabatina com Marta Suplicy

  •  

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos