Líder de novo nas pesquisas em SP, Russomanno perde sua coligação de 2012

Nathan Lopes e Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

  • 7.out.2012 - Eduardo Anizelli/Folhapress

    Foto de 2012 mostra Luiz Flavio D'Urso --candidato a vice na chapa de Russomanno na ocasião--, Marcos Pereira --então presidente do PRB--, e Campos Machado --presidente estadual do PTB-- após o anúncio de que o deputado federal estava fora do 2º turno

    Foto de 2012 mostra Luiz Flavio D'Urso --candidato a vice na chapa de Russomanno na ocasião--, Marcos Pereira --então presidente do PRB--, e Campos Machado --presidente estadual do PTB-- após o anúncio de que o deputado federal estava fora do 2º turno

Quatro dos cinco partidos que deram ao deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP) a maior coligação na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012 procuraram outras alianças para a eleição de 2016. Entre PTB, PTdoB, PHS, PRP e PTN, só o último deve permanecer com o pré-candidato do PRB --líder isolado nas últimas pesquisas feitas por Ibope e Datafolha, situação semelhante à de quatro anos atrás.

Principal aliado em 2012, o PTB considera ter a vice na chapa da senadora Marta Suplicy (PMDB) ou apresentar uma candidatura própria. Nos dois casos, a condição é que o nome seja o de Marlene Campos Machado, esposa do presidente estadual e municipal da sigla, o deputado estadual Campos Machado. O partido deve anunciar sua decisão em sua convenção, na manhã do próximo dia 30. A possibilidade mais forte é a de aliança com o PMDB, que programou sua convenção para a tarde do mesmo dia.

Os outros --PHS, PRP e PTdoB-- foram juntos para a candidatura do empresário João Doria Jr. (PSDB), que nesta eleição roubará de Russomanno a condição de ter a maior coligação: o tucano contará com o apoio de, ao menos, dez partidos.

O PTN prefere não divulgar ainda que apoiará Russomanno, mas deve fazer o anúncio na convenção do partido, marcada para este domingo (24). Ao UOL, o PRB diz já contar com o partido em sua coligação majoritária.

'Fator STF'

A dificuldade de repetir-se a coligação de 2012 em 2016 deve-se ao receio de que Russomanno não participe da eleição. O pré-candidato responde a uma ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele é acusado de usar "recursos públicos para remunerar atividades exercidas por funcionário de sua empresa privada desviando verba destinada ao gabinete para pagamento de serviços particulares".

Já condenado em primeira instância em 2014 --ele teria de cumprir 790 horas de serviços comunitários e doar 25 cestas básicas--, o deputado apresentou ao STF um recurso, que está nas mãos da ministra Cármen Lúcia. Pela Lei da Ficha Limpa, o parlamentar só fica inelegível se for condenado por um colegiado de juízes.

Ao Supremo, a defesa do deputado negou que ele tenha cometido crime. A PGR (Procuradoria-Geral da República) manifestou-se a favor da condenação

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Coligação da vez

Dos partidos que não o apoiaram em 2012, Russomanno terá o PEN e o PSC em sua coligação. Segundo o presidente municipal do PEN, Marcos Souza, advogados do partido não acreditam que o político será condenado.

O PEN terá como candidato a vereador o ex-deputado estadual Mozart Russomanno, irmão do pré-candidato do PRB. Ele tentou se eleger vereador em 2012 pelo partido de Celso, mas seus 12.864 votos não foram suficientes.

O PSC, por sua vez, anunciou nesta sexta (22) que não lançaria o deputado federal Marco Feliciano. À Folha, direção estadual do partido justificou a decisão dizendo que Feliciano cumpre "muitas atividades" em Brasília.

Dos partidos ainda indefinidos quanto a coligações, PSL e PMN ainda não dão pistas sobre que candidatura vão apoiar. Já o PCB conversa com o PSOL, que terá a deputada federal Luiza Erundina na disputa.

Todos os outros partidos devem ter candidaturas próprias para a Prefeitura de São Paulo ou já fazem parte de outras coligações. A exceção é o Partido Novo, que não terá candidato nem fará coligações.

Em entrevista publicada pelo UOL no dia 12, o presidente municipal do PRB, Aildo Rodrigues, evitou demonstrar preocupação com as alianças partidárias. "Não vamos ficar sem coligação. E, se ficarmos, também não tem problema", disse. 

A composição das coligações impacta na propaganda eleitoral de rádio e TV. Segundo a Justiça Eleitoral, 90% do tempo serão distribuídos pelos partidos na proporção do número de deputados federais. No caso de coligação, vale a soma do número de deputados dos seis maiores partidos que a integram. Os 10% restantes são distribuídos igualitariamente. Neste ano, a campanha será mais curta, com dois blocos diários de 10 minutos ao longo de 35 dias, com início em 26 de agosto.

A convenção do PRB, em que Russomanno será anunciado oficialmente como candidato, acontece no domingo (24). Rodrigues disse que pretende entrar com o registro da candidatura no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) no dia seguinte, segunda (25).

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