Marina critica omissão do governo sobre conflito de índios e madeireiros

Pedro Fonseca

Do Rio de Janeiro

A ex-ministra do Meio Ambiente e candidata à Presidência Marina Silva (PSB) afirmou, nesta sexta-feira (5), que a omissão do governo federal na gestão de florestas leva a situações extremas como os conflitos entre índios e madeireiros.

Fotos da Reuters divulgadas na quinta-feira mostraram índios da etnia caapor amarrando e agredindo madeireiros que trabalhavam ilegalmente em uma reserva no Maranhão. Os índios, que se intitulam guardiões da floresta, ainda atearam fogo a ao menos um caminhão dos madeireiros.

Marina afirmou em entrevista à rádio CBN, ao ser perguntada o que faria em relação a conflitos entre índios e madeireiros ilegais se fosse presidente, que essa situação poderia ser evitada se o governo tomasse medidas preventivas de gestão florestal.

"A maior parte dos conflitos acontece por falta de cuidado em relação ao tratamento dessa agenda, uma omissão do governo que é constante e que leva a situações extremas", afirmou Marina, ex-seringueira e ex-ministra do Meio Ambiente, de 2003 a 2008, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"A exploração predatória, aleatória e o corte seletivo sem manejo florestal fazem com que algumas empresas ilegais utilizem a madeira tanto de terra indígena como de unidades de conservação. Você tem que ter uma atitude preventiva", disse.

Segundo a ex-ministra, seu programa de governo prevê recuperar o esforço que era feito quando ela estava à frente da pasta do Meio Ambiente para que a "economia florestal brasileira seja vigorosa", mas que mantenha a proteção do meio ambiente.

"A nossa proposta, inclusive, é de aumentar em 40 por cento a área de florestas plantadas e combinando a atividade florestal em florestas plantadas para o suprimento de madeira tanto para produção de papel e celulose com para outro artefatos, e nas outras regiões a madeira nobre que pode ser feita a partir do bom manejo."

Marina tornou-se figura central na disputa pela Presidência ao assumir a cabeça de chapa do PSB com a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo, em agosto, em Santos (SP).

Pesquisas do Ibope e do Datafolha divulgadas na quarta-feira mostraram Marina em segundo lugar atrás da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, na disputa no primeiro turno, com Marina ganhando a disputa no segundo.

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