Em sua última entrevista antes do final do segundo turno das eleições presidenciais, a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) disse, na manhã deste domingo (26), que a campanha deste ano teve "momentos lamentáveis" e fez um apelo para que a população comparecesse às urnas.

"Acho que teve momentos lamentáveis. O uso de forma de tratamento indevidas e inclusive acredito que isso foi rejeitado pela população", afirmou a candidata.

A declaração foi dada durante entrevista coletiva realizada em um hotel de Porto Alegre onde ela se reuniu com correligionários antes de votar. A presidente votou por volta de 8h45 no colégio Santos Dumont, na Vila Assunção, zona sul da capital gaúcha, acompanhada do governador do RS candidato à reeleição, Tarso Genro (PT). Dilma gastou cerca de 15 segundos na cabine de votação e, em seguida, tomou chimarrão.

Visivelmente abatida, Dilma pediu, na entrevista coletiva, que os eleitores comparecessem às urnas e disse acreditar que o Brasil continuará sendo uma "das maiores nações democráticas do mundo". 

"Eu faço mais uma vez o mesmo apelo que eu fiz ontem para que as pessoas compareçaam pra votar, que elas exercam o direito do voto, e que isso significa mais um fortalecimento da nossa democracia proque é nesse exercício do voto que as pessoas podem externar suas opiniões", afirmou.

"O Brasil mudou para que as pessoas crescessem (…) eu tenho certeza de que o Brasil é e será, é e continuará sendo uma das maiores nacoes democráticas desse planeta", disse a presidente.

Segundo seus assessores, Dilma embarca diretamente para Brasília logo após votar em Porto Alegre. Ainda não há informações sobre se ela passará na casa do ex-marido, Carlos Araújo, como ela fez no primeiro turno das eleições, no dia 5 de outubro.

Em Brasília, Dilma deverá acompanhar o fim da votação e a apuração dos resultados no Palácio da Alvorada. A previsão é que ela conceda uma entrevista coletiva quando os votos forem totalizados.

Dilma e Aécio Neves (PSDB) chegam ao final do segundo turno na disputa presidencial mais acirrada desde 1989, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputou a Presidência com Fernando Collor de Melo, à época, no PRN. ).

Segundo o instituto Datafolha, a diferença de quatro pontos percentuais entre Dilma (52%) e Aécio Neves (48%) na avaliação dos votos válidos apontada pela pesquisa divulgada no último sábado é a mesma verificada em 1989 a véspera da disputa entre Lula e Collor de Melo. À época, Collor estava na frente e venceu a disputa.