Em último debate do 2º turno, Crivella e Pezão focam em troca de acusações

Do UOL, no Rio

  • Marcelo Carnaval/Agência O Globo

    O senador Marcelo Crivella (PRB) e o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) se abraçam antes do debate

    O senador Marcelo Crivella (PRB) e o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) se abraçam antes do debate

Assim como durante todo o segundo turno, a apresentação de propostas foi preterida pela troca de acusações entre o atual governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), 59, e o senador Marcelo Crivella (PRB), 57, no último debate antes das eleições, promovido pela TV Globo na noite desta quinta-feira (23). Os dois se enfrentarão nas urnas neste domingo (26).

Bispo licenciado da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) e sobrinho do líder da igreja, bispo Edir Macedo, Crivella foi acusado por Pezão de ser "testa de ferro" de Macedo. "Você representa a Igreja Universal do bispo Macedo. É um perigo para o Estado", declarou o peemedebista.

O senador, por sua vez, disse que o atual governador estava "tentando fazer uma guerra entre religiões" e "pregando o ódio". "Não tem que discutir Edir Macedo porque você esteve lá no Templo (de Salomão) puxando saco e elogiando", afirmou Crivella, referindo-se à ida de Pezão, em julho, ao evento de inauguração do templo da Iurd, em São Paulo. Nas considerações finais, ele voltou a garantir que não misturaria religião com política. "Nós vamos fazer um governo laico para todos", declarou.

Ao ouvir Crivella dizer que as empresas não têm como ir para a Baixada Fluminense porque a região não tem água, Pezão lembrou a aliança do adversário com o candidato derrotado e ex-governador Anthony Garotinho (PR). "Esse convívio seu com o Garotinho está muito triste, muito ruim. Você está mentindo igual a ele", disse. O governador ainda anunciou um site que reúne acusações contra o adversário, citando o endereço três vezes.

Crivella, por sua vez, lembrou as recentes prisões por corrupção de membros da Polícia Militar do Rio e tentou associá-las ao governador. "O Pezão disse: 'a tropa é o espelho do chefe'. Ele já é o chefe e olha a tropa como está. Se ele for derrotado, nós vamos passar esse Estado a limpo". Ele também criticou o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que deixou o cargo em abril deste ano com alta rejeição, dando espaço a Pezão, e disse que um é clone do outro. "O povo foi para as ruas pra tirar o governo deles", declarou.

A plateia não ficou imune à troca de acusações. Em vários momentos, houve vaias, aplausos e gritos, que foram repreendidos pela mediadora do debate, Ana Paula Araújo. Ela também pediu aos candidatos que mantivessem a discussão dentro dos temas sorteados.

No último bloco do debate, quando os candidatos fizeram as considerações finais, o barulho de um alarme que soou duas vezes nos estúdios da atrapalhou o início da fala de Crivella e interrompeu a de Pezão. No final do programa, a apresentadora afirmou que se tratava de um "alarme falso" e disse que todos estavam bem.

Nesta quinta, pesquisas divulgadas pelos institutos Ibope e Datafolha apontaram que Pezão tem 55% dos votos válidos enquanto Crivella tem 45%. No primeiro turno, o atual governador obteve 40,57% dos votos válidos, e Crivella, 20,26%.

Eleições 2014 no Rio de Janeiro
Eleições 2014 no Rio de Janeiro

Ataques no segundo turno

Os três outros debates realizados entre os dois no segundo turno foram marcados por trocas de ataques envolvendo principalmente a ligação com a Igreja Universal, no caso de Crivella, e com o ex-governador Sérgio Cabral, no caso de Pezão.

O atual governador chegou a acusar o adversário de ser "testa de ferro" do bispo Edir Macedo, líder da Universal e tio do senador, e também atacou a aliança de Crivella com Garotinho, apelidando o candidato de "Crivellinho". Em um dos debates, ele afirmou que a Universal "virou um partido político" e governaria o Estado caso o adversário vencesse as eleições.

Já o bispo licenciado buscou associar Pezão ao antecessor, citando escândalos ocorridos na gestão de Cabral como o episódio do guardanapo na cabeça, e lembrou os manifestantes que foram às ruas ano passado gritando "fora Cabral".

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