O senador Rodrigo Rollemberg (PSB) disputará o segundo turno com Jofran Frejat (PR) pelo governo do Distrito Federal. Apoiado pela presidenciável Marina Silva (PSB), Rollemberg enfrentará o substituto de José Roberto Arruda (PR), que teve a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral.

O candidato do PSB somou 45,23% dos votos válidos no primeiro turno, contra 27,97% de Frejat. Na disputa pela vaga no Senado, o vencedor foi José Antônio Reguffe (PDT), que concorreu pela chapa de Rollemberg e conquistou 57,61% dos votos válidos nas eleições deste domingo (5).

A campanha eleitoral do DF foi em boa parte pautada pelo imbróglio sobre a candidatura de Arruda. Ele insistiu até a última fase de recursos no TSE e no STJ (Superior Tribunal da Justiça) para tentar reverter a cassação de seu registro de candidatura. Só em meados de setembro, Arruda renunciou e definiu Frejat como candidato e sua mulher, Flávia Arruda (PR), como vice.

Durante esse impasse, Rollemberg, 55, aproveitou para grudar sua imagem à de Marina Silva e crescer nas pesquisas de intenção de votos com a popularidade da candidata na capital federal. O DF foi a única unidade da Federação em que a ex-senadora venceu as eleições em 2010.

Esta não é a primeira vez que a disputa pelo governo do DF sofre mudanças de última. Em 2010, Joaquim Roriz (PRTB), teve a candidatura barrada também pela Lei da Ficha Limpa e colocou sua mulher, Weslian Roriz, na disputa a nove dias do primeiro turno. Weslian mostrou que mal conhecia o plano de governo, mas chegou ao segundo turno. Perdeu o pleito para o atual governador, Agnelo Queiroz (PT).

Conheça os candidatos

O senador Rollemberg nasceu no Rio de Janeiro, mas se mudou para Brasília quando criança. Antes de assumir uma cadeira no Senado, ele foi funcionário da Casa. Também foi deputado distrital e federal pelo DF e secretário de Turismo do governo de Cristovam Buarque (PDT) entre 1994 e 1998.

O pessebista era aliado do governador Agnelo Queiroz (PT) em 2010, quando foi eleito senador, mas rompeu a aliança com o petista para lançar candidatura própria ao governo do DF. O candidato declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de pouco mais de R$ 760 mil, com terrenos, cabeças de gado e bonecos de campanha. 

Frejat, 77, é médico e era vice de Arruda. O candidato assumiu a cabeça de chapa quando Arruda foi considerado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) após ser condenado por improbidade administrativa devido ao envolvimento no mensalão do DEM.

O médico foi vice das candidaturas de Joaquim Roriz (e depois de sua mulher, Weslian) em 2010 e era tido como o número dois do clã Roriz. O candidato foi eleito para Câmara cinco vezes, entre 1987 e 2003 com quatro mandatos consecutivos e depois novamente em 2007. Já foi filiado ao PFL, PP, PPB e PTB, antes de entrar no PR.

Ele declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 7,6 milhões, com imóveis carros e aplicações financeiras.

Distrito Federal em números

O Distrito Federal tem mais de 2,5 milhões de habitantes, segundo os dados do Censo 2010. A unidade federativa tem um PIB (Produto Interno Bruto) de quase R$ 150 bi, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Seu índice de mortalidade infantil é 16,3 por mil nascidos vivos (a média do Brasil é de 14,4 por mil). O DF tem uma taxa de analfabetismo de 4% (a média do Brasil é 8,7%).

A taxa de 38,9 homicídios por cem mil coloca o DF na 9ª posição entre os Estados brasileiros mais violentos, de acordo com o Mapa da Violência do Cebela (Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos). 

Expectativa do eleitorado

Na enquete "Esperançômetro", do UOL Eleições, a maior parte dos internautas do Distrito Federal afirmou querer que a segurança pública melhore. Saúde e educação ficaram com a segunda e a terceira maior votação.

O UOL Eleições também perguntou aos internautas qual é maior problema do Distrito Federal. Na enquete "Avalie seu Estado", a maior parte respondeu que é a corrupção. Segurança pública aparece na sequência. Saúde é o terceiro problema mais apontado pelos internautas.

Em seu plano de governo, Rollemberg defende a reestruturação da gestão de saúde pública e a promoção de políticas educacionais de prevenção de doenças, além da expansão do programa Saúde da Família. Para resolver os problemas de segurança no DF, o pessebista propõe a implantação de um plano de carreira para os policiais.

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