Marina Silva já fala em discussão 'programática' no 2º turno

Guilherme Balza

Do UOL, em São Paulo

No encerramento de sua campanha neste sábado (4) no bairro de São Miguel Paulista, na periferia da zona leste de São Paulo, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou que as discussões sobre eventuais apoios no segundo turno serão "programáticas".

"Segundo turno a gente discute no segundo turno. Toda e qualquer discussão que fizermos será com base em programa. O Brasil vai inaugurar uma nova fase. Em lugar de se unir pragmaticamente, [vamos] ter a união programática em torno do que interessa", disse Marina, durante uma entrevista coletiva improvisada, na praça Padre Aleixo, conhecida como Praça do Forró.

A candidata tentou demonstrar confiança de que estará no segundo turno, apesar de as pesquisas indicarem a ascensão de Aécio Neves (PSDB) e a queda dela. "Tenho certeza do segundo turno, tenho certeza que estaremos no segundo turno, fizemos uma boa campanha, fizemos um bom combate, mantivemos a nossa coerência o tempo todo, de não praticar nenhum tipo de agressão."

Quando questionada sobre os erros que a campanha cometeu que teriam provocado a queda nas pesquisas, Marina disse que se recusou a trocar agressões com os adversários e seu pautou pelo programa de governo.

"Nossa campanha foi baseada em um programa. Não me arrependo de ter apresentado o programa. O nosso programa foi uma forma de respeitar os nosso eleitores. Não se pode disputar uma eleição (…) sem apresentar um programa. Apresentamos um programa, tentaram nos desconstituir naquilo que é o nosso melhor mérito. O tempo todo nós mantivemos a coerência, não agredimos ninguém, não tentamos desconstruir ninguém", afirmou a candidata.

Marina atribuiu a queda à artilharia de PT e PSDB. "Ter o PT e o PSDB unidos na mesma artilharia contra nós, um grupo de partidos pequenos, com apenas dois minutos de televisão, se nós não tivessemos um programa teriamos sido reduzidos a pó."

A candidata negou que haja desânimo entre ela e os aliados apesar da forte queda nas pesquisas nesta reta final. "A campanha está animadíssima, estamos vitorisos, fizemos uma campanha limpa, bela, com o envolvimento da sociedade, a sociedade brasileira sabe da nossa determinação de que para nós não vale ganhar de qualquer jeito, qualquer custo a qualquer preço."

Carreata

No encerramento da campanha, Marina fez um breve corpo a corpo na Praça do Forró. Cercada por cinegrafistas, fotógrafos e cabos eleitorais, a candidata quase não conseguiu caminhar. Em seguida, subiu em um carro aberto, ao lado da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), coordenadora de sua campanha, e do também deputado Walter Feldman (PSB-SP), coordenador-geral da campanha de Marina, e seguiu em carreata pelas ruas do centrinho de São Miguel.

A exemplo do que ocorreu ontem no Rio de Janeiro, Marina recusou-se a chamar o evento de carreata, embora mais de dez carros de apoiadores tenham seguido a candidata e um carro de som. "Nós não fazemos carreata."

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