Irmão, sobrinho e advogado de Requião são detidos no PR acusados de invasão

Carlos Ohara

Do UOL, em Curitiba

Um irmão, um sobrinho e um advogado do candidato do PMDB ao governo do Paraná, senador Roberto Requião, foram detidos por policiais civis e militares, no inicio da tarde desta quinta-feira (2) em Curitiba, acusados de invasão de propriedade particular. Maurício Requião -- irmão e ex-secretário de Educação no governo Requião (2003-2010) --, Tadeu de Mello e Silva -- sobrinho do peemedebista --, e o advogado da campanha, Leonidas Chavez Filho, entraram em um galpão onde são confeccionados cavaletes da campanha do candidato e atual governador Beto Richa (PSDB). Após a identificação dos supostos invasores, os policiais liberaram o trio ainda no local. De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria de Segurança Pública, a liberação ocorreu porque a acusação era de um crime de menor gravidade e o grupo se comprometeu na delegacia para prestar declarações.

De acordo com a versão apresentada pelos peemedebistas, o grupo foi ao local, no bairro Portão, para tentar comprovar a denúncia da existência de material impresso apócrifo (sem identificação de autoria) com críticas contra Requião, à candidata do PT ao governo, Gleisi Hoffmann, e à presidente Dilma Roussef (PT). Em entrevista à imprensa, Luiz Fernando Delazari, coordenador jurídico da campanha do senador, disse que a denúncia foi informada à Polícia Federal e à Justiça Eleitoral.

Maurício Requião afirmou que, ao chegar ao local, encontrou um veículo deixando o galpão, transportando parte do material. O grupo então teria decidido entrar na área para evitar que os impressos desaparecessem. O irmão do senador disse que chegou a ver parte do material sendo incinerado no interior do galpão. Ele disse que enquanto aguardava a presença de representantes da Justiça Eleitoral, ele , o sobrinho e o advogado receberam voz de prisão. A PM nega a informação.

A assessoria do tucano Beto Richa confirmou que o local era utilizado pela campanha para confecção de cavaletes, mas negou a existência de material apócrifo no local. O deputado federal  Eduardo Sciarra (PSD), coordenador da campanha de Richa, disse que o grupo de Requião invadiu o local, sem autorização judicial, e "plantou" impressos como "ato de desespero".

Durante a tarde, um oficial de justiça, acionado pela campanha do PT, esteve no local e recolheu um caixa com impressos com críticas a Gleisi. O material foi encaminhado à Justiça Eleitoral. Cópias encontradas de um jornal com críticas contra Requiã, traziam a identificação da coligação liderada por Richa e, de acordo com a assessoria da campanha, a distribuição foi autorizada pelo TRE-PR. Os exemplares do jornais não foram apreendidos.

Eleições 2014 no Paraná
Eleições 2014 no Paraná

 

Intervenção

A notícia da detenção de familiares irritou Roberto Requião. Em Foz do Iguaçu, onde cumpria agenda de campanha, ele pediu "socorro" pelo seu perfil no Twitter."Socorro Brasil, PM PR defende fábrica da infâmia e prende meu irmão, meu sobrinho e meu advogado", postou o candidato no final da manhã. No início da tarde, Requião voltou a postar na rede social, afirmando que pediria intervenção no governo do Paraná. "Vou pedir intervenção federal no Paraná. Polícia de Beto Richa tenta prender advogados do PMDB que descobrem fábrica da infâmia PSDB".

No final da tarde, a Secretaria de Segurança do Paraná informou que a Polícia Militar "agiu de forma usual e preventiva". O texto afirma que  não foi encontrado material apócrifo no local, não comprovando a prática de crime eleitoral. Em nota enviada à imprensa, o órgão  informa que "não houve nenhuma ingerência do secretário Leon Grupenmacher na ocorrência. Da mesma forma, não houve interferência dos comandos das polícias Civil e Militar na questão, tratada de forma
técnica, legal e isenta".
 

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