Rivais de Dilma abordam corrupção nos Correios e na Petrobras em debate
Do UOL, em São Paulo
O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, usou o tema corrução para críticar a presidente Dilma Rousseff (PT) durante o debate da noite desta quinta-feira (2), na "TV Globo". Marina Silva (PSB) também usou o assunto durante sua participação para atacar a petista. A discussão sobre corrupção dominou o primeiro bloco do programa.
Ao responder uma pergunta do Pastor Everaldo (PSC), que nos dois últimos debates fez "dobradinha" com o tucano, Aécio disse que os brasileiros não "aguentam mais o Estado brasileiro a serviço de um projeto de poder".
Aécio afirmou ainda que os Correios boicotam o material distribuído pela oposição e que o montante que teria sido desviado da Petrobras seria suficiente para beneficiar mais de 400 mil pessoas com o bolsa família. "É vergonhoso ver os casos que se sucedem nas páginas policiais", disse.
Dilma voltou a ser alvo sobre o mesmo tema, com uma Luciana Genro (PSOL) sobre o mensalão.
Dilma disse que nunca a corrupção foi tão investigada no país como nos últimos 12 anos e que o seu governo está tomando medidas para que casos desse tipo tenham melhores mecanismos de investigação.
Correios
Na última terça-feira (30), foi divulgado um vídeo em que o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) disse, em uma reunião com a presença do presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, que o PT tinha 40% das intenções de voto em Minas Gerais porque "tem dedo forte dos petistas dos Correios".
Após a divulgação, Aécio Neves afirmou que irá acionar a Justiça para apurar o caso. Para Marina Silva, o o caso é um exemplo de como a reeleição prejudica o processo eleitoral. Segundo ela, cria uma situação de "aparelhamento", de confusão entre partido e governo.
Em nota, os Correios disseram que o jornal distorceu informações. Segundo a empresa, não é possível misturar as ações de profissionais ligados aos Correios, na condição de cidadãos, com a as atividades da empresa.
Reportagem do jornal "O Globo", no entanto, revelou que, de acordo com ata do Conselho de Administração da Petrobras, Paulo Roberto não foi demitido, como disse Dilma. Segundo a reportagem, Paulo Roberto Costa renunciou ao cargo.
Entenda o caso Petrobras
As primeiras suspeitas sobre a existência de um esquema de corrupção dentro da Petrobras começaram em março, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Lava-Jato e prendeu, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.
A Polícia Federal estima que o esquema tenha desviado em torno de R$ 10 bilhões. A PF acredita que parte do dinheiro recebido por Paulo Roberto a título de propina tenha sido posteriormente direcionado a políticos da base aliada do PT.
No debate entre presidenciáveis realizado no último domingo (28) pela TV Record, Dilma disse que havia sido ela quem tinha demitido Paulo Roberto Costa, ao ser questionada sobre os casos de corrupção dentro da Petrobras. Uma CPI mista foi instaurada no Congresso para apurar o caso.
O jornal "O Globo", no entanto, revelou que, de acordo com ata do Conselho de Administração da Petrobras, Paulo Roberto não foi demitido, como disse Dilma. Segundo o jornal, Paulo Roberto Costa renunciou ao cargo.
Pesquisas
Este é o último debate entre presidenciáveis do primeiro turno das eleições. Ao todo, os principais candidatos à Presidência se enfrentaram cinco vezes desde o início das eleições. O primeiro turno das eleições será realizado no próximo domingo (5).
De acordo com a última pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta quinta-feira (02), Dilma lidera a corrida presidencial com 40% das intenções de voto. Marina Silva (PSB) tem 24%, e Aécio Neves (PSDB) aparece com 21%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa do Ibope, também divulgada nesta quinta-feira (2), mostra um cenário também acirrado entre Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB). Dilma lidera com 40% enquanto Marina aparece com 24% e Aécio Neves (PSDB), com 19%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.