Dilma diz que suspeita de influência do PT nos Correios é "absurdo"

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), classificou como "absurdo" a suspeita de que os Correios teriam beneficiado o PT na corrida eleitoral em Minas Gerais. "Vocês são jornalistas. Vocês acreditam nisso? Estamos vivendo um momento eleitoral (…) isso é um absurdo", disse a presidente durante entrevista coletiva realizada no Palácio da Alvorada na tarde desta quarta-feira (1º).

A declaração foi uma resposta ao vídeo divulgado nesta terça-feira (30) em que o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) disse, em uma reunião com a presença do presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, que o PT tinha 40%  das intenções de voto em Minas Gerais porque "tem dedo forte dos petistas dos Correios".


A divulgação do vídeo em que Ângelo (atribui o sucesso do PT em Minas Gerais à atuação dos Correios causou reações entre os principais rivais de Dilma na corrida ao Palácio do Planalto.

Em comício realizado em Minas Gerais nesta quarta-feira (1º), Aécio Neves (PSDB) disse irá acionar a Justiça para apurar o caso.

Marina Silva (PSB), por sua vez, disse que o caso é um exemplo de como a reeleição prejudica o processo eleitoral. "Cria uma situação de aparelhamento, de uso político das instituições públicas, de confusão entre o partido e o governo, entre o governo e o Estado", disse Marina em comício realizado em São Paulo. 

Dívida pública

A presidente falou ainda sobre o aumento da dívida do setor público em relação ao PIB (Produto Interno Bruto). A chamada dívida líquida sobre o PIB é o principal indicador do endividamento do setor público e tem aumentando nos últimos meses. Entre julho e agosto, o índice subiu de 35,4% para 35,9%.

Mesmo assim, Dilma disse que não há motivo para preocupação. "Nós temos uma das (dívidas) mais baixas do G20 (…) isso é cíclico. Já esteve em 33,8% no ano passado. Nós estamos certos de que a dívida líquida sobre o PIB fica nessa faixa e não sai dela", disse a presidente.

Em meio às incertezas trazidas pelo cenário eleitoral, o mercado tem reagido nos últimos dias e elevado as cotações do dólar e feito a Bovespa cair. Nesta quarta-feira (1º), o dólar subiu pelo terceiro dia seguido, atingindo o patamar de R$ 2,487. A Bovespa caiu 2,32% nesta quarta-feira (1º).

A agência de risco Standard & Poor's afirmou que o próximo governo precisará implementar mudanças fiscais a partir de 2015 para que não altere as avaliações de risco referentes ao Brasil. Ainda sobre a dívida, Dilma afirmou que o nível de endividamento do Brasil não é preocupante. "Eu não vi ninguém dizer que 35% seja dívida líquida preocupante nem aqui e nem em lugar nenhum", afirmou.
 

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