Ao lado da família Campos, Marina cita "roubo da Petrobras" contra Dilma

Guilherme Balza

Do UOL, em Caruaru (PE)

Pela primeira vez desde que a candidatura de Marina Silva (PSB) à Presidência foi oficializada, a ex-senadora participou de um ato de campanha ao lado de familiares de Eduardo Campos. O encontro ocorreu na noite desta segunda-feira (29), durante comício em Caruaru (PE). Ao lado de Marina, estavam a viúva Renata Campos e os filhos João, Pedro e Duda.

Ao mesmo tempo que fez várias referências a Eduardo Campos (PSB), a presidenciável endureceu o discurso contra o PT: associou a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, ao escândalo da Petrobras e acusou a campanha petista de disseminar mentiras contra ela, promovendo um "massacre" sem precedentes.

"Votar em Dilma é fazer com que a Petrobras fique endividada quatro vezes mais. É permitir o roubo, a corrupção, na maior empresa do país", disse Marina, referindo-se ao suposto esquema de desvios de recursos em contratos e pagamento de propinas a políticos da base aliada do governo federal.

Ao longo da campanha, Marina evitou usar como arma contra Dilma o suposto esquema porque Eduardo Campos teria sido citado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, com um dos que receberam propina de empreiteiras. O desvio teria ocorrido na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Nos últimos dias, no entanto, Marina passou a citar com mais frequência as denúncias.

Quando citou Campos, agradeceu a Deus "por ter percebido o valor dele antes" da morte. "É por isso que estou aqui com vocês. O Brasil, infelizmente, só percebeu o valor dele depois."

Programas sociais

A uma plateia de milhares de pessoas, que vivem em um reduto eleitoral do lulismo, Marina afirmou que manterá programas sociais como o Bolsa Família, ProUni, Minha Casa Minha Vida, Fies e Pronatec. Acusou a campanha petista de disseminar boatos de que ela iria cortar os programas por temer a sua ascensão.


"Pela primeira vez na história desse país uma candidatura é combatida a ferro, fogo, vento", disse. "Eles dizem que estamos nos fazendo de vítima. O pior massacre é o que pede ao massacrado que fique calado."

Marina citou um verso da música Aroeira, de Geraldo Vandré, para dizer que os ataques dos adversários se voltarão contra eles próprios. "É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar."

Mais uma vez, Marina comparou a campanha petista com a de Fernando Collor em 1989. Disse a candidata que Collor espalhou uma série de boatos contra ela, como o de que o petista iria confiscar gado de pequenos produtores, apreender bíblias de pastores e tomar a poupança da população.

"Eu sei quantas mentiras foram ditas pelo Collor. O que nunca imageinei que fosse acontecer é que o PT, a Dilma, iriam usar o mesmo expediente", disse. Em seguida, adotou tom messiânico ao afirmar que a diferença entre ela e Dilma é que a petista é "produto dos marqueteiros" e ele é a "escolhida dos brasileiros."

Além da família Campos, estavam no palco o vice de Marina, Beto Albuquerque; o candidato ao governo de Pernambuco pelo PSB, Paulo Câmara; o atual governador do Estado, Joãu Lyra Neto; e o candidato do PSB ao Senado, Fernando Bezerra, entre outros.

Ao contrários dos comícios realizados na semana anterior em Duque de Caxias (RJ) e Juiz de Fora (MG), que reuniram cerca de 300 pessoas, hoje milhares de pessoas tomaram conta da avenida Rui Barbosa, no centro de Caruru. Havia muitos cabos eleitorais e militantes de partidos como o PSB, PDT e PMDB, mas a maioria era formada pela população local.

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