Explorar "contradições" de rivais é foco de equipe do PT para redes sociais

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

Atacar, primeiro. Propor, depois. Assim pode ser definida a estratégia do comando das redes sociais do PT para o segundo turno das eleições presidenciais segundo o vice-presidente da legenda, Alberto Cantalice, que também responde pela coordenação das redes sociais do partido. "Vai ser assim até o final", diz.

Cantalice coordena uma equipe de aproximadamente 20 pessoas que, em pouco mais de dois meses, foi responsável por quase dobrar o número de "curtidas" no perfil de Dilma Rousseff (PT) no Facebook. No início de julho, Dilma tinha pouco mais de 690 mil "curtidas". Hoje, elas são quase de 1,2 milhão. O número de curtidas da página do PT na rede social também quase dobrou. Saiu de 256 mil em julho para mais de 433 mil.

Para o segundo turno, Cantalice afirmou que sua equipe terá duas prioridades: atingir os adversários e explorar pontos positivos de Dilma. "Nosso foco será reverberar as contradições deles e, depois, divulgar as ações do PT e da candidata Dilma", explicou Cantalice. A estratégia descrita por ele parece consonante com o núcleo duro da campanha de Dilma. Na última semana, seis inserções de rádio explorando o que o partido qualifica como ´mudanças de ideia´de Marina Silva (PSB) foram veiculadas. No mesmo dia, as inserções estavam disponíveis na página de Dilma na internet.

Cantalice disse que a função de sua equipe é não atacar ninguém no âmbito pessoal. "Vamos continuar trabalhando, mas não estamos atacando ninguém pessoalmente. É tudo no campo político", diz o coordenador.

Polêmicas na internet

As ações do PT no campo das redes sociais foram alvo de crítica de Marina na última quinta-feira (25). A candidata disse que a campanha petista pagava militantes para ´espalhar mentiras' na internet. "Eles têm milhares de pessoas pagas nas redes sociais para mentir. É um verdadeiro 'mensalete'", disse. Procurado pelo UOL para comentar as acusações de Marina, Cantalice não retornou as ligações.

A acusação de Marina sobre a atuação das equipes de redes sociais do PT não é a primeira polêmica no qual o partido se envolveu na internet. Em setembro, o partido admitiu que um servidor público filiado ao PT, Luiz Alberto Marques Vieira Filho,  utilizou um computador do Palácio do Planalto para alterar informações sobre o os perfis dos jornalistas Carlos Alberto Sardenberg e Míriam Leitão na enciclopédia virtual Wikipedia.

Cantalice se distancia de ataques e diz que sua função é apenas cuidar das redes sociais vinculadas oficialmente ao PT.

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