A presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), disse que a denúncia anônima que levou a uma revista da Polícia Federal no avião em que viajava o senador e candidato ao governo do Maranhão, Edson Lobão Filho (PMDB-MA), será investigada.

A declaração  foi feita um dia depois de o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), acusar a PF de intimidar o parlamentar. A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva realizada na noite desta sexta-feira (26), no Palácio da Alvorada .

"Nem toda denúncia anônima é tão anônima assim (…) vamos investigar, inclusive, quem é o denunciador anônimo. Até o denunciador anônimo vai ser investigado", disse Dilma.

O avião em que Edison Lobão Filho (PMDB-MA) foi revistado por agentes da PF na última quarta-feira (24) no aeroporto de Imperatriz, no interior do Maranhão.

Respondendo às críticas feitas por Lobão Filho, pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) e pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de que a revista poderia ter interesses eleitorais, Dilma disse que seria um retrocesso se isso se confirmasse.

"Não é possível um ato desses acontecer no meio de uma eleição. Esse país não é isto mais, esse país é uma democraca estruturada o uso nem de polícia e nem de ninguém no sentido de comprometer os processos eleitorais. É uma volta atrás se isso se caracterizar", afirmou a presidente.

Pressionado pelos principais líderes do PMDB, o ministro da  Justiça, José Eduardo Cardozo, telefonou ao vice-presidente Michel Temer prometendo apurar o caso.

Dilma afirmou que pediu a Cardozo que cuidasse do procedimento. "Eu, inclusive, disse ao ministro da Justiça que faça esse procedimento com muito rigor e rapidez", disse a presidente.

A crise desencadeada pela revista no avião em que Lobão Filho e sua comitiva viajavam tem contornos eleitorais. A revista aconteceu um dia depois de o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, ter gravado um programa em que declarava apoio rival de Lobão Filho na disputa pelo governo do Maranhã, o ex-deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA).

Após a revista, Lobão Filho (PMDB-MA) disse que iria pedir a demissão de Abrão do cargo. Nada foi encontrado no avião .

Hoje, a ADPF (Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal) emitiu uma nota sobre o caso. A entidade disse que a PF é um órgão de Estado que "não persegue, não intimida, nem se deixa intimidar".