Operação Lava Jato

Padilha recebeu 80% de doações ocultas e dinheiro de empresa investigada

Gil Alessi

Do UOL, em São Paulo

  • Fabrício Bomjardim/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

    A campanha de Alexandre Padilha (à dir.) recebeu R$ 20 mil de uma das empresas investigadas na Lava Jato

    A campanha de Alexandre Padilha (à dir.) recebeu R$ 20 mil de uma das empresas investigadas na Lava Jato

A campanha do candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, recebeu doação de R$ 20 mil de uma empresa investigada por suspeita de participação em esquema de corrupção. No total, o petista arrecadou R$ 4,1 milhões - valor mais baixo entre os três mais bem colocados nas pesquisas. 

A UTC é investigada pela Operação Lava Jato da PF (Polícia Federal) e do MPF (Ministério Público Federal) por suspeita de superfaturar obras contratadas pela Petrobras e por pagar propinas a políticos.

A campanha do candidato afirmou em nota que "segue os critérios de recebimento de doação determinados pela Legislação Eleitoral". 

Em nota a empresa afirmou que "as contribuições eleitorais são feitas dentro dos limites estabelecidos e na forma da lei". 

A campanha de Dilma recebeu diretamente R$ 25 milhões de empreiteiras suspeitas de participar do esquema: OAS (R$ 20 milhões) e UTC Engenharia (R$ 5 milhões). O montante representa cerca de 20% do total recebido diretamente pela campanha da candidata à reeleição (R$ 123,3 milhões).

Reportagem publicada pelo UOL mostrou que as empresas envolvidas na Lava Jato doaram ao menos R$ 60 milhões para os presidenciáveis e seus partidos.

Doações ocultas

Do total arrecadado por Padilha (R$ 4,1 milhões), 80% foram doações ocultas -- nas quais não consta o nome do doador original. São R$ 3,3 milhões repassados pelo comitê financeiro único e pelas direções estadual e nacional.

Como estes diretórios também repassam recursos para outros candidatos, sem a identificação do doador original fica impossível saber a origem do dinheiro. 

A campanha informou que "todos os doadores da campanha serão identificados na prestação final das contas", entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) somente depois das eleições.

Alckmin e Skaf

Mais da metade da campanha do governador do Estado de São Paulo e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), foi bancada por empresas investigadas por fraudes e formação de cartel em licitações do metrô de São Paulo e do Distrito Federal. No total, as quatro empresas suspeitas doaram R$ 8,3 milhões, 56% do total arrecadado (R$14,7 milhões). O valor leva em conta as prestações parciais de contas feitas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Alckmin também recebeu doações de três empresas investigadas pela Lava Jato: OAS, UTC e Queiroz Galvão.

A campanha do candidato Paulo Skaf (PMDB) recebeu doações no valor de R$ 2,5 milhões de duas empresas suspeitas de participação em esquema de corrupção: a OAS ofereceu R$ 1,5 milhão e a Queiroz Galvão R$ 1 milhão. 

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