No Rio, um terço da arrecadação da campanha de Pezão vem de empreiteiras

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

  • Fernando Maia/Pezão 15

    Luiz Fernando Pezão (PMDB) é o candidato do PMDB ao governo do Estado do Rio de Janeiro

    Luiz Fernando Pezão (PMDB) é o candidato do PMDB ao governo do Estado do Rio de Janeiro

Um terço dos mais de R$ 13 milhões arrecadados até agora pela campanha do candidato do PMDB ao governo do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, vem de empreiteiras e construtoras envolvidas com obras públicas do Estado, como a construção da linha 4 do metrô, a despoluição das lagoas da Barra da Tijuca e a revitalização de favelas cariocas.

De acordo com a segunda parcial da prestação de contas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), divulgada no último sábado (6), o atual chefe do Executivo e candidato à reeleição recebeu R$ 4,1 milhões das empresas Carioca Christiani-Nielsen Engenharia, OAS, Queiroz Galvão e Concremat Engenharia.

A primeira doação foi feita pela Queiroz Galvão no valor de R$ 255 mil, no dia 29 de julho. No dia 6 de agosto, o peemedebista recebeu doações da OAS (R$ 1,2 milhão) e da Concremat (R$ 1 milhão). As demais foram feitas pela Carioca Christiani-Nielsen Engenharia, responsável por três transferências de recursos entre os dias 12 e 18 de agosto. Elas representaram cerca de R$ 1,7 milhão.

Todas as doações foram feitas originalmente para o Comitê Único Financeiro do PMDB, que posteriormente direcionou o dinheiro para a campanha de Luiz Fernando Pezão. A assessoria do candidato informou que "todas as doações recebidas pela campanha estão de acordo com a legislação eleitoral vigente".

"Todas as doações são informadas à Justiça Eleitoral com total e absoluta lisura e transparência", completou a assessoria, em nota.

Entre as mais de mil transferências feitas do comitê para a campanha do candidato, apenas sete possuem identificação da fonte, isto é, do doador original. Sobre esse fato específico, a assessoria de Pezão não respondeu ao questionamento enviado pela reportagem.

Além das seis doações feitas pelas empreiteiras e construtoras --sendo três da Carioca Christiani-Nielsen Engenharia, uma da OAS, uma da Concremat e uma da Queiroz Galvão--, há uma originária do Banco J.Safra no valor de R$ 10 mil, realizada no dia 30 de julho.

A assessoria do TSE informou que, nos relatórios parciais de prestação de contas, os candidatos podem ocultar os doadores originais, identificando como doador direto o seu respectivo comitê. No entanto, a prestação final deverá conter todos os dados de forma detalhada, fato previsto pela legislação eleitoral.

Ao UOL, a Concremat informou que "a doação realizada ao candidato Luiz Fernando Pezão está totalmente de acordo com a lei eleitoral vigente e foi informada à Justiça Eleitoral no prazo estabelecido". A Queiroz Galvão informou que "que todas as doações realizadas pela empresa seguem estritamente a legislação eleitoral". A mesma resposta foi dada pela OAS: "Todas as doações eleitorais realizadas pela OAS são feitas nas formas previstas em lei". Já Carioca Christiani-Nielsen Engenharia ainda não se pronunciou.

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