Marina ataca Dilma e se defende sobre palestras citando Lula e FHC

Do UOL, em São Paulo

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou, durante o debate realizado por UOL, Folha, SBT e rádio Jovem Pan com os presidenciáveis nesta segunda-feira (1º), que seria preciso fazer um comparativo entre o R$ 1,6 milhão recebido por ela em palestras desde 2011 com os valores recebidos pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A candidata ainda atacou a presidente Dilma Rousseff, que segundo ela, não reconhece seus erros.

"Vamos fazer um comparativo entre as palestras que eu dei, as empresas que me contrataram e as demais lideranças, para que a gente não tenha dois pesos e duas medidas. Eu busco a transparência e acho que essa transparência deveria estar também para os R$ 500 bilhões que foram destinados ao BNDES sem que estivessem no orçamento público, isso sim diz respeito à vida dos brasileiros", disse ela.
 
A candidata disse ainda que é preciso "fazer uma separação da minha vida privada como cidadã". Segundo ela, o contrato de confidencialidade entre ela e os palestrantes "é muito mais uma exigência das pessoas que contratam meu trabalho do que da minha parte. Eu particularmente não tenho nenhum problema em que sejam reveladas as empresas que me contrataram, até porque eu vivo honestamente daquilo que faço, todo mundo sabe que dou palestras para poder levar a mensagem do desenvolvimento sustentável em todo o Brasil, e eu não vejo nenhuma incompatibilidade em quem vive honestamente do seu trabalho e a renovação da política", disse ela.
 
A presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu, dizendo considerar que, quando se assume um cargo público, a transparência é uma necessidade. "Aliás, nós todos somos obrigados a divulgar o nosso Imposto de Renda, com todos os detalhes sem nenhum problema oculto ou qualquer outra restrição, eu acho que isso é uma exigência nova na política brasileira, e muito importante. Aliás, eu acho que a questão da governabilidade, ela implica em transparência. Se nós formos transparentes, todo o processo de negociação que é essencial numa democracia, ele não se torna problemático."
 
Dilma disse a Marina que é preciso reconhecer os erros e limitações, até porque um diagnóstico errado vai levar a um caminho errado. "Propor como forma de solucionar a questão econômica no Brasil a autonomia do Banco Central só levará a maior dificuldade em regulação do sistema financeiro, o que, aliás, foi um dos pontos centrais quando houve a crise do mercado internacional, mas eu acho que tem os pessimistas de plantão, aqueles que também disseram que ia dar errado a Copa."
 
Além de Dilma e Marina, participam do debate Aécio Neves (PSDB), Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB), todos os candidatos cujos partidos possuem representação na Câmara dos Deputados, conforme determina a Lei Eleitoral.

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos