Filhos de Renan e Lobão pregam renovação e descolam de pais em AL e no MA

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

  • Divulgação

    Lobão Filho (à dir.), ao lado da presidente Dilma (centro) e de Roseana (à esq.)

    Lobão Filho (à dir.), ao lado da presidente Dilma (centro) e de Roseana (à esq.)

Filhos de dois dos mais importantes políticos do PMDB no Nordeste, Renan Filho e Lobão Filho carregam nos nomes o DNA do presidente do Senado, Renan Calheiros, e do ministro de Minas e Energia, Edson Lobão.

Mas com o mote de "renovação política", eles praticamente abriram mão da participação dos pais nas campanhas aos governos de Alagoas e Maranhão, respectivamente.

O UOL apurou que são raros os atos públicos ou aparições dos progenitores em programas de rádio e TV. Calheiros e Edson Lobão, porém, atuam de forma intensa nos bastidores.

Em ambos os casos, o PT não tem candidato próprio e apoia os peemedebistas. Os acordos de coligação foram costurados pelo diretório nacional do PT, com participação decisiva de Calheiros e dos Sarney --que apoiam Lobão Filho. Os dois acordos tiveram resistência entre os militantes petistas nos Estados, que eram contra a união.

No caso maranhense, os petistas dissidentes chegaram a montar um comitê de apoio ao candidato concorrente de Lobão Filho, Flávio Dino (PCdoB). Poucos dias depois, no entanto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou vídeo pedindo votos para Lobão Filho.

Gênese semelhante, situação eleitoral bem diferente

Apesar das semelhanças nas candidaturas, os candidatos vivem situações opostas na disputa eleitoral: enquanto Renan Filho aparece na liderança da corrida pelo comando de Alagoas segundo pesquisa Ibope de 14 de agosto último, levantamentos em institutos locais do Maranhão mostram que Lobão Filho está distante de Flávio Dino (PCdoB), que lidera a campanha maranhense.

O cenário desfavorável acontece mesmo com a grande quantidade de apoios que Lobão Filho angariou para sua campanha --a coligação encabeçada pelo PMDB no Maranhão tem 18 paridos. Em Alagoas, Renan Filho angariou 14 siglas em torno de sua candidatura.

Além disso, o filho do atual ministro de Minas e Energia de Dilma também tem o apoio da governadora Roseana Sarney, que é do seu partido. A filha de Sarney afirmou ter abandonado a disputa por cargos públicos, mas disse que segue fazendo política. A ajuda de Roseana, no entanto, segue o padrão dos pais dos candidatos: a governadora raras vezes é vista em atos públicos de Lobão Filho.

Para justifica ausência, pais citam problemas físicos e responsabilidades dos cargos

Em nota encaminhada ao UOL, a assessoria de Lobão Filho disse que, especialmente aos fins de semana, o ministro Edson Lobão participa da campanha. A nota diz que as poucas aparições em palanques se devem a um problema nas cordas vocais do político.

"Não o faz, de segunda a sexta-feira, quando cumpre com sua agenda de trabalho no Ministério. Aos sábados e domingos, ele participa intensamente da campanha. Mesmo com esse problema [nas cordas vocais], ele trabalha intensamente na campanha no fim de semana", diz o texto.

Já Renan Filho confirmou à reportagem que o pai tem participado de poucas atividades por dois motivos: "Seus trabalhos como presidente do Senado Federal; e a campanha de Renan Filho, desde o início, caminha com as próprias pernas."

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos