Fãs encaram até 8h de viagem e chuva para se despedir de Campos em velório

Carlos Madeiro

Do UOL, no Recife

  • Carlos Madeiro/UOL

    O autônomo Geselmo Baborsa veio de Jatobá para o Recife. Ao chegar, comprou logo uma camisa com a frase que marcou a despedida do ex-governador: "Não vamos desistir do Brasil"

    O autônomo Geselmo Baborsa veio de Jatobá para o Recife. Ao chegar, comprou logo uma camisa com a frase que marcou a despedida do ex-governador: "Não vamos desistir do Brasil"

À espera do início do velório na porta do Palácio do Campo das Princesas, no Recife, dezenas de pessoas que aguardam para dar o adeus ao ex-governador Eduardo Campos com faixas, cartazes e camisas vieram do interior.

A previsão é que a abertura dos portões ao público ocorra somente depois das 2h da manhã deste domingo (17). Às 23h, cerca de 1.000 pessoas esperavam o início da cerimônia, mesmo com as rápidas chuvas que caem na capital pernambucana.

Algumas chegaram ao Recife ainda na quinta-feira (14) para não perder o início do velório. Campos morreu em um acidente aéreo na quarta-feira, em Santos (SP). 

Foi o caso da manicure Dalva Goiana, que encarou 6h de viagem de Floresta para a despedida. "Não tenho nem palavras para dizer o que ele fez por a gente nesse Estado. Por isso estou aqui", disse.

O autônomo Geselmo Baborsa veio de Jatobá. Ao chegar no Recife, na noite deste sábado, comprou logo uma camisa com a frase que marcou a despedida do ex-governador: "Não vamos desistir do Brasil."

"Ele fez tudo de bom, criou o tempo integral para os alunos das escolas. Só temos a agradecer", afirmou.

De Ouricuri veio uma caravana com cerca de 15 pessoas, que chegou às 23h desta sexta-feira (15).

"Foram oito horas de viagem, nos nossos carros, mas que valeram a pena. Nós temos, com Eduardo, um sentimento de transformação, de oxigenação na política. Foi uma grande perda", comentou Agamenon Neto, que é assessor político na cidade.

De Nazaré da Mata veio outra eleitora do ex-governador, a fisioterapeuta Sueli Gomes. "Foi o melhor governador de Pernambuco de todos os tempos. Era um ídolo em Pernambuco. Ia ser o melhor presidente desse país, ainda mais para Pernambuco", disse.

A aposentada Maria do Monte veio de Olinda, na região metropolitana, e contou ao UOL que chegou cedo, às 17h, porque queria ser uma das primeiras a entrar no palco montado em frente ao Palácio do Campo das Princesas, assim como fez há nove anos, no velório do avô de Campos, o ex-governador Miguel Arraes.

"Estive aqui no enterro do avô dele e os dois foram pessoas boas demais, não negavam nada a ninguém. Eles foram desenvolvimentistas", afirmou.

Cortejo

O corpo de Eduardo Campos chegou por volta das 23h à base área do Recife, vindo de São Paulo. Estavam junto os corpos de seu assessor Carlos Augusto Leal Filho, do fotógrafo Alexandre Severo Gomes e do cinegrafista Marcelo Lyra.

Em seguida, partiu em cortejo pelas ruas da cidade em veículo do Corpo de Bombeiros, em direção ao palácio do governo.

A previsão era que o velório fosse aberto ao público às 6h do domingo (17); porém, como uma grande quantidade de pessoas já se aglomerava no local, o início foi antecipado para as 2h.

Está prevista ainda uma missa campal às 10h; em seguida, o caixão segue em novo cortejo para o cemitério Santo Amaro.

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